Espetáculo Dá Trabalho! reflete sobre os efeitos do trabalho na vida contemporânea
Comédia dramática criada por Cris Wersom, Juliana Rosenthal e Paulo Azevedo traz assuntos como burnout, redes sociais e saúde mental
ALEX OLOBARDI
13/06/2025 12h07 - Atualizado há 22 horas
Leekung Kim
Você já parou para pensar em como o trabalho molda sua vida, suas relações, sua saúde e até seu senso de identidade? É a partir dessa provocação que nasce Dá Trabalho!, espetáculo que estreia em 2 de julho, no Teatro Itália, com sessões às Quartas e Quintas-feiras, às 20h. A criação e direção do espetáculo é de Cris Wersom, Juliana Rosenthal e Paulo Azevedo e combina humor, crítica social e uma boa dose de desconforto necessário para discutir os efeitos do trabalho na vida contemporânea. A trama atravessa três momentos na jornada dos dois protagonistas. Em 2008, antes da explosão dos smartphones e redes sociais, Humberto A., recém-promovido, está à beira de um burnout enquanto entrevista Bartira para ocupar seu antigo cargo. Avançando para 2018, no auge da cultura do autocuidado e da sustentabilidade corporativa, os papeis se invertem: Bartira ocupa um cargo de liderança, mas também está prestes a sucumbir à exaustão. Humberto, agora tentando se recolocar no mercado, é quem busca uma nova oportunidade. Finalmente, em 2025, ambos se reencontram como concorrentes para o cargo mais desejado de suas vidas — e pela primeira vez encaram uma pausa, forçada pela longa espera na sala de entrevista, que os leva a refletir sobre suas trajetórias, escolhas e, principalmente, sobre o sentido de tudo isso. “A ideia de trazer este tema para os palcos veio há alguns anos e, desde o ano passado, começamos a pesquisar e desenvolver toda a criação. Cada um traz uma visão e experiência diversa, o que torna tudo muito rico. Particularmente, por vivenciar de perto a dinâmica corporativa à frente da ComCultura há 15 anos, minha consultoria para empresas, acumulei muitas histórias sobre como lidamos com as relações e a própria saúde no trabalho”, comenta Paulo Azevedo, um dos criadores e diretores, que também atua ao lado de Cris Wersom. E completa: “É urgente tratar destes temas que vão além das paredes de um escritório. Deparamos com muitas questões sem respostas ou culpados. A peça propõe repensar nossas escolhas, apostar na coletividade e na humanização do ambiente de trabalho como uma das saídas possíveis. Cada profissional da nossa equipe incrementa muito as várias leituras que o espetáculo traz”. O pano de fundo desse enredo não tem nada de ficção exagerada. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o Brasil é o segundo país com maior incidência de burnout no mundo, ficando atrás apenas do Japão. Uma pesquisa da International Stress Management Association (ISMA-BR) aponta que 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem de burnout, síndrome caracterizada pelo esgotamento físico e emocional relacionado ao trabalho. Recentemente, os quase meio milhão de afastamentos do trabalho por saúde mental no Brasil, no ano passado, representaram um aumento de 68% em relação a 2023, segundo dados do Ministério da Previdência Social. “A saúde mental é um tema urgente. A sociedade como um todo está adoecida e jogar luz sobre esse assunto é a única maneira de provocar alguma mudança.”, diz Juliana Rosenthal, que assina o texto, além da direção e criação junto com Wersom e Azevedo. Além disso, o Fórum Econômico Mundial alerta que os custos associados à perda de produtividade por questões de saúde mental podem chegar a US$1 trilhão por ano no mundo. A pressão constante por performance, a hiperconectividade, a dificuldade de equilibrar vida pessoal e profissional e as relações muitas vezes tóxicas nos ambientes corporativos têm levado milhões de pessoas a uma exaustão silenciosa — e, muitas vezes, normalizada. Mais do que narrar histórias individuais no mundo corporativo, Dá Trabalho! é um espelho das dinâmicas de trabalho. Trata sobre a busca incessante por validação, o culto à produtividade, as relações atravessadas por competitividade e os impactos diretos disso na saúde mental. E, tudo isso, sem perder o tom ácido e cômico, capaz de gerar tanto riso quanto reflexão. “A comédia é uma ferramenta muito poderosa pra abordar qualquer dificuldade humana. Só rimos daquilo que reconhecemos. E fazer isso coletivamente, num teatro, nos mostra que não estamos sozinhos diante dos problemas que enfrentamos”, finaliza Cris Wersom, que atua, além de assinar a direção e criação junto com Rosenthal e Azevedo. Sobre os criadores Cris Wersom é atriz, roteirista e humorista com mais de 20 anos de carreira no teatro, na televisão e no audiovisual. Em 2024, integrou a comitiva internacional de comediantes recebida pelo Papa Francisco no Vaticano, em uma iniciativa de diálogo entre arte e espiritualidade que reuniu nomes como Fábio Porchat, Whoopi Goldberg e Chris Rock. No cinema, é atriz e roteirista em “Uma Advogada Brilhante”, comédia com Leandro Hassum, e roteirista no longa “Missão Porto Seguro”, estrelado por Giovanna Lancellotti e Ademara, lançado em 2025 pela Prime Video. Recebeu o prêmio de melhor atriz no Chelsea Film Festival, em NY, pelo longa “A casa da Árvore”. No Multishow, é co-criadora da sitcom “Tem que Suar”, na qual também atua como roteirista. Escreveu as 2 temporadas de “Homens?”, com Fábio Porchat. Participou de “Olívias na TV”, programa de esquetes exibido no canal, e foi uma das fundadoras do grupo “As Olívias”. Também foi parte integrante de “É tudo improviso”, na Band. No teatro, fez “Improvável”, “Bosque soturno”, “Na cama”, “La estupidez”, além de vários projetos autorais. Juliana Rosenthal é dramaturga e roteirista. Fez pós graduação em roteiro e dramaturgia na na Universidade da Califórnia (UCLA) e mestrado em literatura na USP. É autora das peças: “Feliz Aniversário” (2006), “O Inferno Sou Eu” (com Marisa Orth e Paula Weinfeld, direção de José Rubens Siqueira - 2010). Assinou a dramaturgia do show de música e humor “Romance - Vol III: Marisa Orth e banda” e criou a esquete “A Velha”, para a comemoração dos 18 anos do “Terça Insana”. Escreveu o monólogo “Não Conta Pra Ninguém”, para Helga Nemetik, atualmente em circulação pelo Sesi SP; e a peça-performance “Como é que eu vim parar aqui?” (2024) para a influenciadora Thai de Melo Bufrem. Em literatura, trabalha como ghostwriter e publicou, além de uma antologia de seus textos teatrais, o livro “Deu Positivo!” e o romance “Save the Day”. Para cinema, é autora do longa “O Amor no Divã”. Para televisão, assinou a série “Hard” (HBO) e “Os Homens são de Marte…” (GNT), além de ter feito consultoria de roteiro para a série “Desjuntados” (Amazon). Foi head writer da série “Não foi minha Culpa” (2021/22), do STAR+. Em 2023/24, escreveu a nova série da Amazon Prime sobre o presídio de Tremembé. Participou, em 2020, do TedX São Paulo, falando sobre criação de conteúdo. Paulo Azevedo é ator, diretor, dramaturgo e produtor teatral, além de apresentador, locutor e podcaster. É formado em Comunicação Social/Jornalismo UNI-BH. Integrou o “Oficinão” e o “Projeto Cena 3x4” do Galpão Cine Horto/Grupo Galpão (2002-04), além de estudar com importantes nomes das artes cênicas, como Yoshi Oida, Mikhail Chumachenko, Christiane Paoli Quito, Luís Alberto Abreu, entre outros. Participou da criação de diversos coletivos, como o premiado Grupo Espanca e, o mais recente, a Suacompanhia. Atuou em cerca de 24 espetáculos com artistas reconhecidos, como Hector Babenco, Cibele Forjaz, Yara de Novaes e Eric Lenate. No audiovisual, atuou em 24 filmes, entre longas e curtas, conquistando prêmios em Portugal, República Tcheca e Uruguai. Atuou nas séries “13 Dias Longe do Sol” (Globo/O2), "O Escolhido" (Netflix), “Psi” (HBO), “TerraDois” (TV Cultura), "O Negócio" (HBO), “Rua Augusta” (O2 Filmes/TNT), “Gigantes do Brasil” (History Channel) e "Fora de Controle" (Record). Participou da novela das 6 da TV Globo, "Éramos Seis", como Capitão Alves. Este ano, celebra 25 anos de carreira profissional com o longa “Sobreviventes”, último filme do diretor português José Barahona, que acaba de integrar o 27o Festival du Cinéma Brésilien de Paris. Em 2018, criou e apresentou o podcast almasculina. Saiba mais: pauloazevedo.art.br Ficha técnica criação & direção Cris Wersom, Juliana Rosenthal e Paulo Azevedo texto Juliana Rosenthal elenco Cris Wersom e Paulo Azevedo cenário e figurino André Cortez desenho de luz Cesar Pivetti trilha sonora original Dan Maia direção de produção Tati Caltabiano direção de movimento Fabiano Nunes direção de palco Dani Colazante voz em off Marisa Orth ass. de cenário & figurino Jorge Forjaz ass. de produção Roberta Araújo operação de luz Cesar Pivetti arte gráfica Gabriela Telles assessoria de imprensa Tudo em Pauta mídias sociais Andrezza Wersom estratégia digital Bedone Digital fotos Leekyung Kim cabelo Ricardo Rodrigues (Riro Salon) maquiagem Bruna Ramos elaboração de projetos Mateus Vieira Lima captação de recursos Heloísa Montes, Joca Panciello, Renata Bertelli e Juliana Mesquita assessoria jurídica Ricardo Magaldi consultoria teórica André Fusko, Heloísa Montes e Sofia Guimarães apoio cultural Riro Salon e Conceição Discos.
Serviço Dá Trabalho! Curta temporada: 2 de julho a 28 de agosto de 2025
Dias e Horários: Quartas e Quintas-feiras, às 20h Local: Teatro Itália - Av. Ipiranga, 344 - República, São Paulo - SP, 01046-010 Classificação indicativa: 14 anos Duração: 70 Minutos Link para compra: https://bileto.sympla.com.br/event/106922/d/321240/s/2189397 Preço: R$100,00 (inteira) / R$50,00 (meia) Preço promocional para grupos de empresas (mínimo 10 pessoas): R$35,00 (cada) Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
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