O avanço do empreendedorismo feminino no Brasil revela um movimento de transformação. Cada vez mais mulheres lideram empresas, criam soluções inovadoras e ocupam espaços de poder. No entanto, a comunicação ainda representa um dos maiores desafios nessa jornada. Falar com clareza, projetar segurança e estabelecer autoridade em ambientes marcados por desigualdades de gênero continua sendo uma barreira silenciosa.
Para a Dra. Cristiane Romano, fonoaudióloga, mestre e doutora em expressividade pela USP, a comunicação é uma competência decisiva para o sucesso de qualquer empreendedora. “Mulheres que se expressam com autenticidade e domínio discursivo conquistam mais respeito, ampliam sua influência e fortalecem a credibilidade de seus negócios”, afirma.
Com atuação nacional e internacional, a Dra. Cristiane desenvolveu a metodologia Coaching Communication, voltada ao desenvolvimento da oratória com base em inteligência emocional, escuta ativa e expressividade técnica. Segundo ela, muitas mulheres carregam bloqueios antigos ligados à comunicação, formados ainda na infância ou reforçados em ambientes profissionais onde são interrompidas, silenciadas ou desacreditadas.
Oratória como ferramenta de posicionamento
Dados da Rede Mulher Empreendedora apontam que 55% das empreendedoras brasileiras enfrentam dificuldade ao se comunicar com clientes, investidores ou parceiros estratégicos. Romano destaca que a oratória vai além da fala pública: trata-se de construir mensagens com clareza, intenção e impacto, seja em uma reunião de negócios, em uma negociação ou em uma apresentação.
“A comunicação é a principal ponte entre a competência e o reconhecimento. Mulheres com projetos extraordinários perdem oportunidades quando não conseguem apresentar suas ideias de forma confiante”, alerta.
Mais do que conteúdo técnico: mudança de cultura
Para Cristiane Romano, fortalecer a comunicação de mulheres empreendedoras é também uma ação de impacto social. “Quando uma mulher fala com autoridade, ela quebra estereótipos. Quando ela lidera com escuta e presença, abre espaço para outras. Comunicação é estratégia, mas também é resistência.”
Esse fortalecimento, segundo a especialista, não acontece apenas no microfone ou na sala de reunião — ele começa no modo como a mulher se reconhece capaz de ocupar espaços, expressar opiniões e tomar decisões. “Por muito tempo, ensinaram as mulheres a ‘falar baixo’, ‘esperar a vez’, ‘não se impor’. Mudar esse padrão é um ato político e libertador”, pontua.
A comunicação, nesse contexto, torna-se uma ferramenta de emancipação. Mulheres que desenvolvem sua oratória e expressividade não apenas ganham visibilidade, mas também influenciam culturas organizacionais, desafiam estruturas hierárquicas excludentes e impulsionam outras mulheres a se posicionarem com segurança.
Romano defende que empreender com voz ativa e escuta estratégica é um diferencial competitivo e, ao mesmo tempo, um compromisso com a transformação social. “Toda mulher que comunica com verdade e firmeza ajuda a construir um novo imaginário de liderança. Um imaginário onde presença feminina e autoridade não se anulam, mas se complementam.”
Sobre a Dra. Cristiane Romano
Fonoaudióloga, mestre e doutora em Expressividade pela USP, pós-graduada em Voz pelo CFFa e em Gestão Estratégica de Marketing pela PUC Minas. Possui formação em Business and Executive Coaching pela University of Ohio - EUA. Autora de diversos artigos científicos nacionais e internacionais, atua na capacitação de profissionais para aprimoramento das habilidades comunicativas e desenvolvimento de influência e persuasão em diferentes contextos.
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PAULO NOVAIS PACHECO
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