Empresas da saúde estão preparadas para se comunicar na era da longevidade?

LU ALMEIDA
20/05/2025 14h10 - Atualizado há 19 horas

Empresas da saúde estão preparadas para se comunicar na era da longevidade?
Daniela Vergara
O Brasil será o quinto país mais envelhecido do mundo até 2030, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. A transformação demográfica já em curso impõe desafios para todos os setores, mas é especialmente urgente para as empresas que atuam na saúde. O alerta vem da especialista Daniela Vergara, CEO da DV Marketing, consultoria voltada para posicionamento e comunicação com foco em empresas da saúde que atuam no segmento da longevidade .
 
Segundo ela, muitas empresas desse universo — que já atendem majoritariamente pessoas idosas — ainda não se reconhecem como parte ativa do mercado da longevidade. “É como se a tendência estivesse no futuro, mas ela já está aqui. E quem não souber se posicionar agora, com clareza e estratégia, vai perder espaço”, afirma.
 
A vantagem, diz Daniela, está justamente no fato de essas empresas já fazerem parte da rotina de um público que cresce a cada ano. “Elas têm autoridade, têm presença, têm acesso direto a esse público. O que falta, muitas vezes, é transformar essa vantagem em uma estratégia de comunicação que fortaleça o vínculo, que crie uma narrativa coerente e conectada com a realidade da longevidade.”
 
Na avaliação da consultora, um dos principais erros cometidos hoje é tratar a comunicação como algo pontual ou restrito à presença nas redes sociais. “Fazer um post no Instagram não é estratégia. Comunicação estratégica envolve todas as áreas da empresa, do atendimento à gestão, da recepção ao pós-venda. Precisa refletir os valores da marca em todos os pontos de contato”, explica.
 
Outro ponto crítico é o uso de mensagens genéricas ou estereotipadas. A pluralidade de perfis entre as pessoas 60+ exige escuta, respeito e personalização. “Não existe um idoso padrão. A comunicação precisa considerar diferentes trajetórias, contextos e aspirações. As empresas que entenderem isso vão se destacar”, diz.
 
O crescimento da população idosa também vai impulsionar o surgimento de novos players focados nesse público. A concorrência vai aumentar — e, com ela, a necessidade de diferenciação. “As marcas que já estão no mercado têm uma oportunidade única: sair na frente. Mas, para isso, precisam acordar para o valor estratégico da comunicação.”
 
Vergara reforça que o tempo para agir é agora. “Não se trata de tendência, é realidade. E isto exige postura, coerência e planejamento. As empresas da saúde precisam rever suas práticas de comunicação, integrá-las à cultura do negócio e construir uma presença sólida, que vá além das redes sociais. As mídias sociais podem ser um canal, mas não são a estratégia”, completa. 
 

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DOUGLAS RAMOS ALVES COSTA
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