Performance Cega: o custo invisível de ignorar o branding

Por Cauã Rabelo, líder de marketing da Biz

NATHáLIA MEIRINHO
19/05/2025 17h21 - Atualizado há 1 dia

Performance Cega: o custo invisível de ignorar o branding
Divulgação
As empresas se renderam à ditadura da performance: na era dos algoritmos, cada centavo investido em publicidade digital precisa provar seu retorno imediato. Obcecadas por métricas instantâneas de conversão, muitas não percebem que estão cavando a própria cova. 

Recentemente, um dos maiores investidores em tecnologia do mundo, o SoftBank, decidiu intervir e enviar um recado direto: sem uma marca forte, a performance sozinha não sustenta um negócio no longo prazo. Mas será que essa mensagem será realmente compreendida ou apenas traduzida em mais métricas de curto prazo? A pesquisa encomendada pelo SoftBank à Suno Research trouxe um dado interessante: campanhas de performance podem, sim, contribuir para o fortalecimento de marca, desde que respeitem quatro pilares — identidade de marca bem definida, comunicação clara, call to action eficaz e alta qualidade visual. Parece básico, certo? Mas a realidade do mercado nos mostra que muitas empresas ignoram completamente esses princípios. 


O problema começa quando a obsessão por performance se torna um fim em si mesma. Empresas despejam milhões em anúncios para gerar cliques e conversões. Mas, sem uma narrativa clara, sem identidade visual consistente e sem um propósito forte, essas campanhas se tornam descartáveis. O resultado? Um looping infinito de investimento em mídia paga, sem construção de lealdade, sem diferenciação, sem legado. E aqui entra a pergunta que deveria assombrar qualquer CMO: qual o custo real de priorizar a conversão a qualquer preço? Empresas que negligenciam a construção de marcas acabam reféns de campanhas cada vez mais caras, pois precisam pagar para serem lembradas o tempo todo. Sem um branding forte, cada novo cliente tende a custar mais do que deveria, e a margem de lucro se dilui com o tempo. 

O SoftBank está certo ao alertar suas empresas investidas sobre a necessidade de fortalecer a marca. Mas será que essa mudança de mentalidade será profunda ou apenas uma mudança superficial? O perigo é que muitas empresas interpretem essa recomendação apenas como um ajuste na comunicação dos anúncios de performance, sem uma transformação real na estratégia de branding. O branding não é um apêndice da performance. Ele deve ser o alicerce sobre o qual toda a estratégia de aquisição e relacionamento com clientes é construída. Empresas que compreendem isso investem em diferenciação, valor percebido, conexão e relacionamento. Construir uma marca forte significa reduzir a dependência da mídia paga, aumentar a retenção e criar um ecossistema onde clientes, usuários e colaboradores se tornam advogados espontâneos da empresa. 

Transformar empresas em protagonistas do seu próprio branding significa transformar cada ponto de contato com o público em uma oportunidade estratégica para fortalecer a marca. Esse aproveitamento deve abranger desde os canais digitais, conteúdos e SEO até a comunicação e os produtos físicos. Ser uma parceira presente nas jornadas e conquistas diárias dos clientes é essencial para construir um posicionamento sólido e memorável. 

Um exemplo prático dessa visão aplicada são os benefícios flexíveis hiperpersonalizáveis. Aqui vemos como branding e performance podem coexistir de forma inteligente. O controle deste jogo está em investimentos que fortaleçam a identidade dentro do próprio ecossistema corporativo, posicionando a marca de forma inovadora — não apenas como um benefício funcional para os colaboradores, mas como uma ferramenta estratégica de retenção de talentos e até de marketing.

A lógica é simples: um cartão e um aplicativo com a marca da empresa completamente personalizado, com produtos e serviços também personalizados para seus colaboradores, carregando a identidade da companhia para o dia a dia do usuário. Isso reforça a conexão emocional, aumenta o engajamento e a percepção de valor da companhia. A lealdade gerada, por sua vez, tem impacto direto nos resultados financeiros — algo que nenhuma campanha de performance pura e simples consegue garantir. 


O SoftBank já deu o alerta: performance sozinha não sustenta um negócio. Mas será que as empresas realmente entenderão o recado ou continuarão reféns de uma visão míope de curto prazo? A resposta a essa pergunta determinará quem liderará seus mercados nos próximos anos e quem será apenas mais um nome esquecido no oceano da performance cega. Branding e performance não são seus inimigos. Pelo contrário, são parceiros inseparáveis quando aplicados de forma inteligente. Mas vamos ao que importa: sua empresa está pronta para equilibrar essa equação?

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NATHÁLIA ALICE RODRIGUES MEIRINHO LOPES
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