No Brasil, 69% das mulheres são mães. Muitas vivem jornadas exaustivas que combinam trabalho formal, cuidado com os filhos e responsabilidades do lar. São mulheres que fazem o mundo girar — muitas vezes invisibilizadas, julgadas, sobrecarregadas, mas que seguem firmes, criando, nutrindo e sonhando, mesmo quando o cenário é adverso.
O segundo domingo de maio, Dia das Mães, costuma ser associado a almoços em família, mensagens emocionadas e vitrines recheadas. Só em 2024, a data movimentou 13,2 bilhões de reais no comércio brasileiro — sendo a segunda maior em vendas do ano. Mas... o que as mães realmente querem ganhar?
Decidimos ir além dos rótulos e ouvimos mulheres reais. Suas respostas revelam algo precioso: o maior presente, para muitas, está longe de ter um valor material.
Vanessa Junges, empresária e mãe, compartilhou um desejo singelo e poderoso:
“Sonho com conversas olho no olho, trocar ideias, dividir sonhos em família... longe das telas. Momentos que criam memórias de verdade.”
Esse anseio por presença plena e conexão autêntica aparece como um denominador comum. Em um cotidiano que exige tanto, o que muitas mães mais desejam é um tempo só delas — e com quem amam — sem pressa, sem interrupções, sem cobrança.
Danielle Gross, psicopedagoga, mãe da Aurora e idealizadora da Brincaê, nos lembra:
“Vejo que estamos querendo a validação de um maternar possível, não do maternar ideal. O reconhecimento de que ser mãe na atualidade, na sociedade em que vivemos, no contexto político atual, requer olhar de atenção e cuidado, mais do que apontamentos, julgamentos e culpabilização.”
O cotidiano das mães é atravessado por desafios sociais e estruturais. Dados mostram que 86% das mulheres já foram questionadas sobre filhos em entrevistas de emprego — um dado que evidencia o quanto a maternidade ainda é vista como obstáculo profissional, e não como potência.
A advogada empresarial Bruna Salvático expressa com clareza o desejo de ser reconhecida não apenas como mãe, mas como mulher com valores, princípios e papel fundamental na formação de um lar:
“Mais do que presentes materiais, desejo respeito, amor verdadeiro e ver meus valores sendo cultivados. Reconhecimento, carinho e união — isso é o que realmente emociona.”
Essa valorização passa também por uma reinterpretação da história da mulher na sociedade. Danielle Gross completa:
“É necessário reconstituir a história da mulher, compreender quais marcas precisam ser desconstruídas, co-pensar caminhos em grupos, em movimentos e na esfera política. Realmente fazer valer a ideia de que, para educar uma criança, uma aldeia inteira precisa estar mobilizada.”
Esse reconhecimento passa também por enxergar as múltiplas dimensões que coexistem dentro da mulher que é mãe: profissional, sonhadora, parceira, criativa, protagonista de sua própria história.
A consultora em desenvolvimento humano, Márcia Morini, traz esse desejo à tona:
“Temos sonhos, desejos, planos. Queremos ser vistas como mulheres inteiras — e não apenas pelo papel de mães. Queremos viver nossa plenitude e acolher nossas escolhas, com orgulho da trajetória que construímos.”
Entre jornadas acumuladas, desafios sociais e afetivos, e tantas vezes o peso da cobrança externa, o que essas mães nos mostram é que o presente ideal pode ser simples — mas precisa ser verdadeiro. Como disse Vanessa Junges ao final da nossa conversa:
“Um perfume, um creminho bem cheiroso, um cheirinho para casa ou flores também são sempre bem-vindos. Afinal, amo muuuuito tudo isso!”
Neste Dia das Mães, o maior presente não vem embrulhado. Ele se traduz em respeito, escuta, tempo de qualidade e reconhecimento pelas múltiplas jornadas que cada mulher carrega. Que possamos celebrar não apenas o papel de mãe, mas tudo o que elas são — inteiras, potentes e únicas.
Feliz Dia das Mães!
Contribuíram para esta matéria:
Vanessa Junges – Multifranqueada em Educação e Beleza
@vanessaspjunges | @souflorapura | @influxxaxim | @influxcolombo | @athuscolombo
Danielle Gross – Psicopedagoga, mãe da Aurora e idealizadora da Brincaê
@somosbrincae
Bruna Salvático – Advogada Empresarial e fundadora da Salvático Advocacia
@brunasalvatico
Márcia Morini – Consultora em Desenvolvimento Humano
@marciamorini.dh
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ROBERTA FABIANI DA TRINDADE
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