Maternidade e independência: como recomeçar quando tudo parece perdido

Depois de enfrentar rejeição, violência e doença, Josi Robaina deu a volta por cima e hoje é símbolo de superação para mães que buscam autoestima e recomeço.

ERICA MATOS
09/05/2025 17h04 - Atualizado há 5 horas

Maternidade e independência: como recomeçar quando tudo parece perdido
Josi Robaina
 

No meio da avalanche de campanhas publicitárias, flores e homenagens que marcam o Dia das Mães, há histórias que merecem ser contadas não pela perfeição, mas pela coragem. A trajetória de Josi Robaina é uma dessas histórias. E é impossível passar por ela sem se emocionar.


Créditos: Arquivo Josi Robaina

Nascida na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, Josi engravidou aos 19 anos. Vinda de uma família rígida, foi expulsa de casa pelo pai ao revelar a gravidez. Em vez de acolhimento, recebeu julgamento. Em vez de apoio, portas fechadas. Entrou, então, em um casamento conturbado, marcado por traições, brigas e agressões. Estava sozinha, com um bebê nos braços e um futuro que parecia cada vez mais distante.

Créditos: Arquivo Josi Robaina

 

“Eu me vi ali, no olho do furacão. Jovem, sem dinheiro, sem estrutura emocional. Era como se tudo estivesse desmoronando. Mas mesmo sem saber como, eu só pensava: eu preciso sair disso. Por mim e pelo meu filho.”

Trabalhava durante o dia como recepcionista em uma clínica odontológica, e à noite, sentava-se em uma carteira de escola pública para concluir o ensino médio. Com disciplina, fé e força de vontade, conseguiu negociar uma bolsa de estudos em uma universidade. O compromisso era um só: não repetir nenhuma disciplina. E ela cumpriu.

“Minha rotina era exaustiva. Faculdade de manhã, trabalho à tarde, filho e casa à noite. Mas eu tinha um objetivo. Eu queria dar um nome digno para o meu filho. Eu queria provar para mim mesma que a minha história não acabaria naquele ponto de dor.”

Formou-se com destaque. E quando parecia que o recomeço finalmente havia chegado, a vida mais uma vez a colocou à prova. Aos 28 anos, o diagnóstico de câncer de útero veio como um terremoto.


Créditos: Arquivo Josi Robaina
 

“Quando o médico falou a palavra ‘câncer’, minha primeira reação foi o medo de morrer e deixar meus filhos. Não pensei em mim. Pensei neles. Mas logo depois veio um segundo pensamento: isso não vai me parar.”

Josi passou por cirurgia e tratamentos, mas não permitiu que a doença definisse seu destino. Assim que teve alta, decidiu abrir a própria clínica. E ali, naquele espaço que nascia de um recomeço literal, começou uma nova era. Ela mergulhou nos estudos da estética facial com a mesma garra com que havia reconstruído sua vida — e se transformou em referência nacional e internacional.

Hoje, é especialista em estética facial avançada, reconhecida por sua técnica autoral de lifting temporal. Atende na Suíça, tem convites para atuar nos Estados Unidos, já esteve em Harvard — de onde carrega um certificado com orgulho — e é seguida por milhares de mulheres que se inspiram não só em sua técnica, mas em sua história.

Mas o mais importante: Josi é mãe de dois adolescentes. E é com eles que ela celebra, neste ano, o valor do recomeço.


Créditos: Arquivo Josi Robaina

 

“Ser mãe me fez forte, mas foi a dor que me fez determinada. Eu não queria ser uma mulher que apenas sobrevive. Eu queria ser alguém que inspira meus filhos. Queria que eles vissem que a mãe deles se reconstruiu — e venceu.”
 

Neste Dia das Mães, aos 44 anos, Josi não quer apenas flores. Quer que outras mulheres se sintam vistas. Deseja alcançar aquelas que deixaram seus sonhos em pausa, que vivem no modo automático, que esqueceram quem são além da maternidade — e que precisam de um lembrete de que ainda é possível recomeçar.

 

“Cuidar de si também é uma forma de amar seus filhos. Porque quando a mãe está bem, a casa inteira floresce. E toda mulher tem o direito de se olhar no espelho e voltar a se enxergar — com beleza, com força, com luz.”

A história de Josi Robaina é um convite para que mães se lembrem: ainda dá tempo. Tempo de voltar a sonhar, de se reinventar, de se priorizar sem culpa. Porque por trás de toda mãe, existe uma mulher. E essa mulher também merece cuidado, afeto e liberdade.


 

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Erica Matos
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