Complexidade, custos e insegurança desafiam mineração industrial do ouro no Brasil
Com investimento elevado e processos complexos, setor enfrenta desafios como a extração precisa, concorrência ilegal e precificação do metal no mercado
ÍCARO AMBRóSIO
06/05/2025 11h54 - Atualizado há 17 horas
Crédito: Keystone Mineração/divulgação
Esqueça as cavas e picaretas, a cadeia produtiva do ouro é muito mais sistemática do que se imagina. Fortemente impactada não apenas pela complexidade técnica do processo de extração, mas também por fatores externos como a mineração ilegal, o comércio nacional e internacional e os riscos associados à insegurança nas áreas de exploração são obstáculos que carecem investimento para controle e, consequentemente, elevam os custos de produção. Atribuindo o fator histórico, o ouro sempre foi sinônimo de valor — e em 2025, esse simbolismo segue mais forte do que nunca. A cotação média da onça de ouro (equivalente a 31 gramas) gira em torno de US$3.393,59, segundo dados apurados pelo Investing.com, site especializado em mercado. Esse patamar evidencia o valor econômico da commodity, tanto para investidores quanto para a balança comercial do país. Mas o que muita gente ainda desconhece é a complexidade envolvida para que uma simples pepita chegue ao mercado. “Hoje, a mineração de ouro é uma atividade de alta tecnologia, que exige cálculos matemáticos avançados, extensos bancos de dados geológicos e operações de precisão cirúrgica. Tudo isso para localizar, em meio a toneladas de rocha, uma quantidade ínfima do metal. Talvez isso, além de sua raridade é claro, justifique o preço no mercado”, salienta Anderson Resende, COO da Keystone Mineração. Os valores elevados do ouro no mercado global refletem não só sua escassez, mas todo o esforço envolvido em sua extração. Em um cenário ainda marcado por desafios como o garimpo ilegal e a insegurança, é fundamental valorizar empresas sérias que operam dentro das normas, garantindo não só o abastecimento da cadeia produtiva, mas também a preservação ambiental, o desenvolvimento regional e a segurança jurídica do setor mineral no Brasil. Para se ter uma ideia, a remoção da rocha que dá acesso ao ouro é, por si só, um esforço colossal tanto em escala quanto em investimento. Dentro da fase de exploração, por exemplo, há um longo trabalho de pesquisa geológica para identificar os pontos com potencial de extração. Com os dados e amostras em mãos, inicia a análise química, que determina a presença e a viabilidade de extração do metal. Só então se dá início à atividade de mina, composta por etapas como a perfuração e o desmonte. Este último sendo o processo controlado de explosão das rochas para alcançar as camadas mais profundas onde o ouro se encontra. “Todas essas etapas deixam claro o quão custoso e complexo é o processo de produção do ouro. Os desafios vão desde o tempo necessário para pesquisa até os investimentos pesados em tecnologia e segurança, passando pelos riscos constantes de interferência ilegal”, completa Anderson. São esses os principais fatores para que a mineração de ouro legal, segura e responsável não é apenas uma atividade econômica de alto valor, mas também uma tarefa que exige planejamento, tempo e comprometimento. Diante disso, a presença de empresas sérias, com rigor técnico e responsabilidade ambiental, é essencial para garantir que a mineração de ouro continue sendo um vetor importante da economia nacional e não um catalisador de danos sociais e ambientais. “A mineração legal de ouro é realizada por corporações autorizadas, que seguem normas ambientais, trabalhistas e de segurança, gerando empregos formais e contribuindo para a economia. Já a mineração ilegal ignora essas exigências, causando graves danos ambientais, sociais e econômicos. Enquanto a atividade legal busca minimizar impactos e promover recuperação ambiental, o garimpo clandestino está associado a crimes, violência e degradação. Incentivar a mineração responsável é fundamental para um desenvolvimento mais sustentável”, indica Anderson. Contudo, a mineradora segue um modelo convencional para a mineração industrial, Modelo esse que segue certificações licenciadas, utiliza tecnologia de ponta, segue rigorosos padrões ambientais e opera em grande escala, muitas vezes com extração subterrânea. Já o garimpo é, em geral, uma atividade artesanal, frequentemente informal, de menor escala e com impacto ambiental pouco controlado. “É esse equilíbrio entre valor econômico e responsabilidade que sustenta o verdadeiro ouro brasileiro. Essa tarefa é uma atividade econômica de alto valor, mas também uma trabalho contínuo que exige planejamento, tempo e comprometimento tanto da esfera pública quanto da esfera privada”, finaliza o COO da Keystone. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
ICARO ALISSON ROSA AMBROSIO
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