Dias das Mães e da Família: escolas têm a oportunidade de trabalhar a inclusão em datas comemorativas de maio

Atividades que acolhem diferentes formações familiares fortalecem vínculos, promovem inclusão e contribuem para o desenvolvimento emocional dos estudantes

VAGNER LIMA
05/05/2025 11h44 - Atualizado há 19 horas

Dias das Mães e da Família: escolas têm a oportunidade de trabalhar a inclusão em datas comemorativas de maio
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Maio é um mês especial no calendário escolar por reunir duas datas que celebram os vínculos afetivos e a importância da convivência: o Dia das Mães, que em 2025 cai no dia 11, segundo domingo do mês; e o Dia da Família, celebrado logo depois, no dia 15. Mais do que simples homenagens, as datas comemorativas representam oportunidades valiosas para as escolas reforçarem os laços entre alunos e suas famílias e promoverem um ambiente acolhedor e inclusivo.
 

Segundo educadoras, ao incorporar essas datas de forma sensível e respeitosa às diferentes configurações familiares, a escola contribui para o desenvolvimento emocional e social das crianças, além de fortalecer a parceria com os responsáveis no processo de aprendizagem. Celebrar essas datas é também um convite para refletir sobre a diversidade de estruturas familiares existentes e como todas elas merecem ser reconhecidas e valorizadas.
 

Na opinião da psicóloga, pedagoga e gestora da Escola Internacional de Alphaville, de Barueri, Ana Cláudia Favano, para além de datas comemorativas como os dias das Mães e Família, é essencial que a escola promova no Ensino Infantil momentos em que os responsáveis possam participar do cotidiano escolar de maneira afetuosa. Segundo ela, seja qual for a data e durante todo o ano letivo, o objetivo deve ser valorizar o vínculo familiar.
 

“As crianças pequenas vivenciam o mundo a partir das relações próximas. Trazer as figuras cuidadoras para dentro da escola nesse período reforça o sentimento de pertencimento e segurança”, explica Ana Cláudia.
 

Já no Ensino Fundamental, há a possibilidade de dialogar com a maior autonomia das crianças e adolescentes, com uma abordagem que considere seu entendimento mais amplo sobre o mundo. A diretora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick, Teca Antunes, avalia que esse é o momento ideal para fomentar debates sobre respeito e empatia.
 

“As atividades podem ter como foco o afeto, ao invés do papel específico que cada adulto exerce na família. Os alunos nessa fase estão aptos a compreender que famílias são diferentes: algumas são formadas com mães e pais solo, avós, tios, dois pais ou duas mães. Esse é um exercício importante de cidadania desde cedo”, defende Teca.
 

No Ensino Médio, a abordagem pode ganhar um tom mais crítico e reflexivo. Na opinião da diretora pedagógica do Brazilian International School (BIS), de São Paulo, Audrey Taguti, nessa faixa etária os jovens já têm capacidade de questionar padrões, refletir sobre papéis sociais e debater sobre temas como parentalidade, por exemplo.
 

“Além das homenagens, é importante dar espaço para que eles discutam o significado da família em suas vidas, os desafios das mães solo, o impacto do machismo nas tarefas de cuidado e outras questões sociais. Propor atividades com esse foco ajuda a formar jovens mais conscientes e empáticos”, completa Audrey.
 

Como trabalhar as datas em sala de aula?
 

As educadoras apontam que as duas datas comemorativas podem ser celebradas de diversas formas, mas sempre apresentando a diversidade de forma lúdica e acolhedora, de forma aberta e com naturalidade – fortalecendo a autoestima das crianças e de suas famílias ao verem suas realidades representadas e respeitadas.
 

Para cada fase escolar, a escola pode propor atividades que respeitem a maturidade dos estudantes, incentivem a empatia e estimulem o olhar para o outro — pilares fundamentais da educação contemporânea.
 

EDUCAÇÃO INFANTIL
 

Mural “Quem Cuida de Mim”: cada criança leva uma foto ou desenha seu cuidador, formando um grande painel coletivo;
 

Café da manhã afetivo: convite para os cuidadores passarem uma manhã na escola com brincadeiras e contação de histórias;
 

Entrega de “cartinhas do coração”: produção de cartas com desenhos e palavras ditadas pelas crianças aos seus responsáveis;
 

Gincanas colaborativas entre alunos e responsáveis: proporcionar jogos que misturam brincadeiras antigas e atuais, promovendo integração entre gerações, cooperação e aprendizado de forma lúdica.
 

ENSINO FUNDAMENTAL
 

Árvore da diversidade familiar: construção coletiva com exemplos de diferentes estruturas familiares;
 

Entrevistas com a família: proposta de pesquisa em casa sobre a história familiar, compartilhada depois em sala;
 

Leitura de livros sobre diferentes famílias: leitura e discussão de obras literárias que retratam famílias diversas;
 

Exposição escolar familiar: organizar uma mostra com trabalhos e projetos realizados pelos alunos em parceria com suas famílias, valorizando o envolvimento dos responsáveis, suas habilidades e o sentimento de pertencimento à comunidade escolar.
 

ENSINO MÉDIO
 

Projeto de cartas abertas: textos autorais sobre o significado da palavra “família” na perspectiva de cada aluno;
 

Debate temático: roda de conversa sobre o papel da escola nas datas comemorativas e os estigmas que cercam a figura materna;
 

Produção de podcast ou vídeo: alunos criam conteúdo discutindo temas como maternidade, paternidade e família na sociedade contemporânea;
 

Roda de conversa sobre representações familiares na mídia: discussão crítica com os alunos sobre como diferentes modelos de família são retratados em filmes, séries, novelas e redes sociais. A atividade pode incluir a exibição de trechos selecionados e uma reflexão guiada sobre estereótipos, invisibilizações e avanços em termos de representatividade.
 

As especialistas:
 

Ana Claudia Favano é gestora da Escola Internacional de Alphaville. É psicóloga; pedagoga; educadora parental pela Positive Discipline Association/PDA, dos Estados Unidos; e certificada em Strength Coach pela Gallup. Especialista em Psicologia da Moralidade, Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização, Educação Emocional Positiva e Convivência Ética. Dedicada à leitura e interessada por questões morais, éticas, políticas, e mobiliza grande parte de sua energia para contribuir com a formação de gerações comprometidas e responsáveis.

Audrey Taguti acumula 41 anos de experiência e trabalho em Educação. É formada em Magistério e Pedagogia, possui pós-graduações em Psicopedagogia e Bilinguismo e é especialista em Alfabetização. É diretora pedagógica do Brazilian International School – BIS, de São Paulo/SP desde a fundação do colégio, em 2000.
 

Teca Antunes é pedagoga, Mestre em Educação Especial e pós graduada nas áreas de Didática para Educação Bilíngue e Alfabetização. Tem experiência em sala de aula e na gestão de escolas bilíngues, além de atuar como formadora de professores em diversas áreas. Na Escola Bilíngue Aubrick, atua na direção pedagógica promovendo o alinhamento de práticas frente ao projeto pedagógico da instituição, acompanhando o desenvolvimento profissional dos colaboradores e buscando construir uma experiência de excelência e relevância para todos os estudantes.


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VAGNER ADACIANO DE LIMA
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FONTE: FSB Comunicação
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