Coletivo de Galochas aborda crise do clima em peça infantil
Barco Mundo estreia no Sesc Pinheiros e traz à cena a viagem de quatro animais em busca de uma máquina, que destruiu a floresta onde moravam. Com música ao vivo e máscaras, montagem tem cenografia criada pela artista Beá Meira
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30/04/2025 11h31 - Atualizado há 18 horas
Crédito Edson Kumasaka
Tratar os problemas da crise climática de uma forma lúdica, criativa e que envolva as crianças sem apelos didáticos é o ponto de partida do espetáculo infantil BARCO MUNDO, do Coletivo de Galochas. A peça tem dramaturgia de Rafael Presto e direção de Daniel Lopes e estreia dia 4 de maio, domingo, às 15h (sessão também às 17h), no Sesc Pinheiros. BARCO MUNDO leva ao palco a história de uma grande floresta, onde o Jacaré toca seu piano acompanhado por um casal de araras com sanfona e zabumba, e três animais encantados (ancestrais e guardiões da mata), Onça-Pintada, Macaco-Prego e Perereca-Usina, se juntam à cantoria. O que parecia ser mais um dia comum se transforma numa confusão com a chegada da terrível Máquina do Lucro, trazida pelos Acionistas da Corporação, que começa a incendiar toda a floresta. A Onça-Pintada, o Macaco-Prego e a Perereca-Usina fogem e no meio do caminho descobrem que a Árvore Ancestral ainda não queimou. Os animais, utilizam seus encantos e constroem o Barco Mundo, partindo numa viagem até a Cidade dos Espelhos para enfrentar os Acionistas da Corporação e sua Máquina do Lucro. No trajeto, os animais passam por diversas aventuras e desafios, como o mar de lama, a seca e o rio poluído, e encontram mais um aliado, o Cachorro-Caramelo, que conhece bem a cidade. Com a ajuda do público, os animais cantam e dançam para suspender o céu, reunindo forças para derrotar a Máquina do Lucro. Despertar esperança Rafael Presto, que assina a dramaturgia de BARCO MUNDO, conta que buscou inspiração em algumas obras literárias, como Uma Ecologia Decolonial, de Malcom Ferdinand; A Queda do Céu, de Davi Kopenawa e Futuro Ancestral, de Ailton Krenak, para escrever o espetáculo. “A crise climática está sendo debatida em vários setores da sociedade e apesar de ser um assunto complexo, e as vezes assustador, precisa chegar ao público infantil de forma leve e compreensível. Por isso pensamos nesses animais como protagonistas, guiados pela Árvore Ancestral, navegando no Barco Mundo, para trazer o lado lúdico e conectar o público com as questões ambientais”, explica o dramaturgo. Já o diretor Daniel Lopes conta que buscou narrativas solares para a encenação. “O uso de máscaras, a música ao vivo e os cenários e figurinos artesanais com tecidos e papel reciclados foram pensados para contribuir com a narrativa de uma forma mais descontraída. A ideia é despertar esperança de que o coletivo deve e pode se mobilizar em favor da preservação do planeta, isto é, em defesa de nosso futuro”, pontua ele. Músicas de Antonio Herci e o universo visual de Beá Meira Com canções originais executadas ao vivo por um conjunto de três músicos e interpretadas por todo o elenco, BARCO MUNDO segue a tradição do Coletivo de Galochas em ter a música como parte importante da encenação, impulsionando o enredo. O compositor e diretor musical Antonio Herci, destaca que as músicas, inspiradas por cancioneiros e tradições vocais brasileiras, têm forte referência no Movimento Armorial de Ariano Suassuna, incorporando os ritmos e estilos do Nordeste, como o xaxado, o forró e o baião. Em BARCO MUNDO são usadas máscaras zoomórficas feitas artesanalmente em papel para representar os animais. Os Acionistas, antagonistas do enredo, que buscam lucrar com a destruição da natureza, são representados por duas máscaras gigantes caricatas. “As máscaras de animais possibilitam uma condição mágica de transformação do indivíduo em um ser não humano que convive conosco e também sofre com a crise ambiental, sensibilizando o público para uma cosmologia capaz de mudar o sentido de nossa existência”, destaca o diretor Daniel Lopes, também responsável pela criação das máscaras. A cenografia, assinada por Beá Meira, traz o universo pictórico da artista visual para a cena, sugerindo um jogo de faz de conta artesanal. Com tecidos pintados e objetos de papel e papelão são formadas as paisagens da floresta, que se transformam em um rio, deserto e cidade. O figurino, criado por Laura Alves, é inspirado na performance política Reviravolta de Gaia, da artista Rivane Neuenschwander em colaboração com a cineasta Mariana Lacerda, não sendo representativo de cada animal, mas apontando para um ser da floresta místico, com paletas de cores bem marcadas. Sobre o Coletivo de Galochas Criado em 2010 para pesquisar formas de atuação político-poéticas. Em 15 anos de trajetória continuada, tem realizado seus espetáculos ao lado de movimentos, grupos parceiros, ocupações e comunidades, fazendo da experiência do teatro um gesto de vida e luta. O repertório do grupo conta com cinco diferentes montagens, todas autorais: Piratas de Galochas, Revolução das Galochas, Cantos de Refúgio, Mau Lugar e Coluna Prestes: Encruzilhadas da Marcha da Esperança, que se desdobraram em inúmeras experiências teatrais e ocuparam os mais diferentes espaços. O Coletivo possui um programa continuado de pesquisa musical, com uma extensa produção de músicas autorais que compõem os espetáculos. Foi contemplado em duas edições do Programa de Fomento para a Cidade de São Paulo: em 2016 – com Cantos de Refúgio, espetáculo indicado ao Prêmio de Teatro Infantil e Jovem; e em 2022 – com Coluna Prestes: Encruzilhadas da Marcha da Esperança. Em sua trajetória constam também vários trabalhos incentivados pelo ProAC, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. Em 2024 o grupo deu início ao processo de criação e ensaios de seu novo espetáculo infantil, Barco Mundo. Serviço: BARCO MUNDO 4 de maio a 8 de junho, domingo, 15h e 17h (sessões de 18 de maio são acessíveis em libras e audiodescrição). Dia 25 de maio os ingressos serão gratuitos dentro da programação da Virada Cultural. Sesc Pinheiros [Auditório] – Rua Paes Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo. Estacionamento com manobrista: Terça a sexta-feira, das 7h às 21h30; sábados das 10h às 21h; domingos e feriados das 10h às 18h30. 50 minutos | Livre | R$ 12,00 a R$ 40,00 – gratuito para menores de 12 anos (disponíveis pelo site e app Credencial Sesc SP ou presencialmente nas bilheterias das unidades Sesc). Ficha técnica: Concepção e Criação – Coletivo de Galochas. Direção – Daniel Lopes. Dramaturgia – Rafael Presto. Elenco – Kleber Palmeira, Wendy Villalobos, Eder dos Anjos e Caroline Oliveira. Músicos – Antonio Herci (piano e violão), Nina Hotimsky (sanfona) e Rafael Presto (percussão). Direção Musical, Arranjos e Composições – Antonio Herci. Figurino, Cenografia e Visagismo – Beá Meira e Laura Alves. Iluminação – Robson Lima. Técnica e Operação de Som – JP Hecht. Operação de Luz – Diego Henrique. Máscaras – Daniel Lopes. Técnicos de Palco – Daniel Lopes e Maria d’ Aguirre. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Direção de Produção – Wendy Villalobos. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
FREDERICO PAULA JUNIOR
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