Seu filho está aprendendo inglês ou só decorando palavras?

Especialista em educação bilíngue alerta para a diferença entre aquisição real do idioma e o ensino tradicional baseado na memorização

GIOVANNA ALVES
22/04/2025 09h35 - Atualizado há 2 dias

Seu filho está aprendendo inglês ou só decorando palavras?
Banco de imagem/Freepik

Uma pesquisa realizada pela Pearson, empresa de educação, em cinco países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México), 38% dos brasileiros que conhecem inglês tiveram contato com o idioma pela primeira vez antes dos dez anos de idade. 5% conheceram essa segunda língua até os cinco anos e 33% entre seis e dez anos. 

Na era da globalização, falar inglês tornou-se uma habilidade essencial desde a infância. Contudo, muitos pais se questionam se os filhos, que possuem esse contato constantemente nas escolas ou em cursos, estão, de fato, aprendendo o idioma ou apenas memorizando palavras e frases soltas.

Segundo Vanessa Codecco, head pedagógica do Twice Bilingual, sistema de ensino bilíngue da Rhyzos Educação, é comum que crianças passem anos em cursos de inglês sem conseguir se comunicar de forma natural. “O problema não está na capacidade das crianças, mas no método de ensino. Decorar listas de vocabulários e frases prontas pode dar uma falsa sensação de aprendizado, o que não é uma linguagem funcional”, explica.

Codecco destaca que aprender um idioma envolve mais do que memorizar. É preciso compreender contextos, interagir, fazer perguntas e usar a linguagem para resolver problemas reais. Conforme a especialista, “a linguagem não é um fim em si, é uma ferramenta para o pensamento, a construção do sentido e a interação com o mundo. Por isso, precisamos mudar a forma como o inglês é ensinado às crianças”. 

Ainda de acordo com Vanessa, uma das principais estratégias para isso é a imersão no idioma, visto que quanto maior a exposição dos alunos à língua estrangeira, maior será o progresso na aprendizagem. Ao vivenciar situações cotidianas em inglês, a criança passa a atribuir sentido real às palavras e estruturas que aprende. Ao invés de ser tratado como disciplina isolada, o aprendizado se torna mais natural e efetivo. 

Outro fator decisivo é a prática ativa. A criança precisa ser incentivada a se expressar, a errar e a tentar de novo — pois é no uso ativo da língua que o aprendizado se consolida. “Aprender envolve tentativa e erro. Quando o ambiente é seguro para arriscar, o aluno ganha confiança e autonomia. Isso é muito mais valioso do que apenas repetir frases decoradas”, reforça a head.

Entre os erros mais comuns cometidos por escolas e cursos tradicionais está o foco excessivo em gramática isolada, provas escritas e exercícios de repetição; métodos que muitas vezes não levam o aluno à fluência, segundo Vanessa.

Para os pais que desejam apoiar uma aprendizagem mais eficaz, Codecco recomenda buscar escolas que adotem metodologias de ensino bilíngue integradas à rotina, ofereçam projetos colaborativos em inglês e promovam o uso do idioma em atividades práticas, assim como é abordado pelo Twice em suas instituições parceiras. 

“A aquisição da língua acontece quando ela é viva, significativa e conectada com a experiência da criança”, finaliza a especialista.


 

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GIOVANNA REBELO ALVES
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