Isidoro B. Guggiana
Curta
Através do cinema de arte e ficção, "Corre Cutia" apresenta a jornada de um anti-herói, o Enganado (Alexandre Adas). Ele é um caçador que está em busca de um dos animais símbolo da Chapada dos Veadeiros, grande região de Cerrado de altitude, localizado no noroeste do estado de Goiás. Por milênios, o local é um refúgio para várias espécies da fauna e flora, vital para a manutenção da biodiversidade. O clímax dessa história acontece quando o protagonista se vê envolto em meio a uma ciranda de seres encantados nessa savana brasileira.
Escrito e dirigido por Paulo Vianna, o filme faz sua estreia na cidade onde foi produzido, Alto Paraíso de Goiás, no dia 21 de abril de 2025, segunda-feira. No Teatro Escola A Barca Coração (Av. Paraíso, 293), a exibição ganha uma tarde de atividades gratuitas que começa às 16h, com uma oficina de Dança popular, elemento predominante do curta de 21 minutos. A aula será ministrada por Adriana Castellanos, multi-artista mexicana, mestra em danças do oeste africano, coreógrafa, compositora e atriz em cena como a “Cutia”. O filme será projetado às 19h, seguido de roda de conversa com os realizadores e público.
Na trama, Seres Místicos (que representam o som e são interpretados por atores-músicos) e Encantados (que simbolizam a fauna do Cerrado), confrontam o protagonista em meio às paisagens da Chapada. "O Enganado é esse personagem que representa a cobiça e soberba. É um personagem difícil, por isso chamo de anti-herói”, resume o cineasta. Segundo Vianna, não há referências folclóricas ou religiosas explícitas, mas torna-se inevitável fugir de vivências e referências pessoais: “Os Seres Místicos transitam entre a força e sutileza dos Orixás e representam o poder do Som. Música e dança para um cinema de arte e ficção”.
A produção aposta em uma das danças mais tradicionais do Brasil, a Ciranda, com coreografia e musicalidade próprias para contar a história do Enganado. "O grande motivo do curta é a Ciranda, representando o brincar, o imaginário de “corre cutia”. E em nossa fábula, a representamos através de coreografias e pesquisas corporais", sintetiza o cineasta. "A elaboração cênica e coreográfica da Ciranda perpassa por três momentos percussivos: a caça, a brincadeira e a máscara de proteção. Durante o curta esses três momentos se estendem e apresentam o universo das outras personagens", explica.
O título vem da tradicional brincadeira popular brasileira que se assemelha a um "pega-pega com ciranda" que inspirou o desenvolvimento do roteiro, embora não seja uma obra voltada para o público infantil. Uma das referências para o roteiro, foi também o próprio animalzinho cutia, mamífero roedor de pequeno porte, encontrado em todo o Brasil. "Durante um pôr-do-sol contemplativo em um dos retratos postais mais característicos da Chapada: o jardim de Maitreya", eu vi pela primeira vez esse bichinho. Era bem pequena, mas realmente muito rápida e discreta. Senti um pouco de graça naquilo e me trouxe uma alegria porque lembrei dessa brincadeira da infância", complementa.
O curta tem produção executiva de Alexandra Ferreira Pedroso, direção de fotografia de Mateus Rosaz, direção de arte e figurino de Biophillick, direção de elenco de Andréia Evangelista, coreografias de Andréia Evangelista e Adriana Castellanos, direção da trilha sonora original por Victória Rosa e edição de Isabelle Araújo. "Corre Cutia" foi contemplado pelo Edital nº 3/2023 - Produção Curta-metragem, Obra seriada e Telefilmes Ficção ou Animação da Lei Paulo Gustavo - Goiás.
Serviço Estreia do curta "Corre Cutia", de Paulo Vianna em Alto Paraíso de Goiás (GO)
Quando: 21 de abril de 2025 (segunda-feira)
Onde: Teatro Escola A Barca Coração (Av. Paraíso, 293 - paralelo à rodovia, em frente à Distribuidora Aldeia)
16h - Oficina de Dança popular (cirandas)
19h - Exibição do filme (21min) – classificação indicativa: a partir de 12 anos.
19h30min - Roda de conversa
Classificação indicativa: 12 anos de idade
Instagram:
@correcutia_filme Sinopse Através do cinema de arte e ficção, "Corre Cutia" apresenta a jornada do anti-herói, Enganado, um caçador que está em busca de um dos animais símbolo da Chapada dos Veadeiros. O clímax dessa história acontece quando ele se vê envolto em meio a uma ciranda de seres encantados da savana brasileira, o Cerrado.
Ficha Técnica Elenco: Maria Helena Anjos (Narração), Alexandre Adas (Enganado Calango), Adriana Castellanos (Cutia), Rosa Aline (Tamanduá-Mirim), Céu Torres (Encantada Filhote), Eli Pereira (Tatu-Canastra), Andréia Evangelista (Seriema), Paulo Vianna (Curicaca), Eva Maria Santoro (Tangará), Fernanda Vieira (Jaguatirica), Gustavo Luftnagle (Ser Místico Veado), Ruby Borges (Coralinda), Paula De Paula (Ser Místico Chuveirinho), Victor Vieira (Ser Místico Buriti-Névoa), Késsia Dalline Krahô (Arara-Canindé), Maria Helena Anjos (Borboleta Azul) e Luara Anjos (Lobinho-Guará).
Direção e Roteiro: Paulo Vianna; Fotografia, Direção de Fotografia e Operação de Câmera: Mateus Rosaz; Assistente de Fotografia: Lucas Basílio; Fotografia Aérea (Drone): Amilton Sá; Direção de Arte e Figurino: Biophillick; Primeira Assistente de Arte: Jaq Lucas; Maquiagem Artística: Kyll Nunes; Assistentes de Maquiagem: Thaisa Taguatinga, Tainá Terra e Keth; Direção de Elenco: Andréia Evangelista; Coreografia Corda: Andréia Evangelista; Coreografia Ciranda: Adriana Castellanos; Edição: Isabelle Araújo; Fotografia Still: Isabelle Almeida e Lucas Basílio; Colorização e Finalização: Raíssa Vilela; Design Gráfico: Biophillick; Direção de Trilha Sonora: Victória Rosa; Produção Musical e Desenho de Som: Sol Sebastian; Som Direto: Tata Ferreira; Estúdio de Gravação: Glândula Pinedal; Produção Executiva: Alexandra Ferreira Pedroso.
Sobre Paulo Vianna - direção e roteiro Paulo Vianna é Bacharel em Comunicação Social (2017) com habilitação em Audiovisual pela Universidade de Brasília. Em sua tese trabalha o Corpo cênico e político, investigando principalmente as temáticas da decolonização, indigenismo e resgate de Memórias. Quando viveu na Cidade do México, aprofundou os estudos em Dança e Performance; novamente em Brasília, fez parte do grupo contemporâneo Azzo Dança, de Jana Marques (2016 a 2020); e foi formado professor de Hatha Yoga pelo Instituto Unmaní Yoga Shala (Turma 2019).
Vivendo por quatro anos na cidade de Alto Paraíso de Goiás, Chapada dos Veadeiros, foi produtor cultural independente e artesão para a exposição multimídia “Nahuales – Seres Místicos” (2022) em colaboração com o artista mexicano Biophillick, na Casa de Cultura do Instituto Oca Brasil. Montagem na qual apresenta suas colagens manuais e performance em Dança contemporânea com colaboração da atriz-bailarina Andréia Evangelista. NAHUALES contou ainda com a participação do Bloco Alma Mandingue através da regência de Adriana Castellanos. Essa exposição também foi levada em versão reduzida para o Memorial dos Povos Indígenas em Brasília (2023).
Considerando a Chapada dos Veadeiros como pouso e morada para artistas de diversas localidades e vertentes; os vínculos e relações construídos ao longo desses anos abriram caminhos para a realização de um projeto como Corre Cutia (2023/2025), cinema de arte e ficção que se destaca pela composição artesanal de personagens fantásticos, trilha sonora original e sensível registro do Cerrado.
Atualmente está cursando a Licenciatura em Dança no Instituto Federal de Brasília, motivado pela possibilidade de convergir em sua trajetória os campos da Arte e Cultura, agora também com a Educação.
Sobre Alexandra Ferreira Pedroso - produção executiva
Uma bugra pantaneira (pejorativa forma de nominar afro-indígenas no Pantanal). Na época em que seu nome era simples e suficiente, Neguinha, tinha maior habilidade pendurada em árvores do que no asfalto no meio “de gente”. Saltando que chegou à baixada fluminense, onde obteve a formação em Ciências Agrárias, UFRuralRJ.
Do Cerrado pantaneiro pra Mata Atlântica foram intensos e diversos encontros, encantamentos – experiências e maternidade; mas a vida quis surpreender mais e proporcionou outra forma de viver o Cerrado, na altitude da Chapada dos Veadeiros.
Desde 2016, atua em múltiplas interações colaborativas em diversos processos artísticos e socioculturais na cosmo-pequenina Alto Paraíso de Goiás. Culminando, em 2024, com o regozijo de assumir a produção executiva e desfrutar a oportunidade privilegiada de acompanhar a tecitura, meticulosamente artesanal, de gerar um cinema de arte e ficção, a partir da reunião de talentos únicos e apaixonados expostos à beleza firme, forte e principalmente desafiadora que é a savana brasileira.
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ISIDORO BECKER GUGGIANA
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