Regulamentação das apostas esportivas no Brasil desafios e preocupações com o uso indevido de recursos do Bolsa Família

*Por Marcya Ferreira, Head de Legal da idwall

NB PRESS
14/04/2025 18h51 - Atualizado há 1 dia

Regulamentação das apostas esportivas no Brasil desafios e preocupações com o uso indevido de recursos do Bolsa Família
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O mercado de apostas esportivas no Brasil tem ganhado destaque, especialmente após a sanção da Lei nº 14.790/2023, que regulamentou as apostas de quota fixa, também conhecidas como “mercado de bets”. A norma busca aumentar a fiscalização do setor e proteger os consumidores. No entanto, a preocupação crescente é com o uso indevido de recursos, incluindo públicos, os quais são disponibilizados para combater a pobreza e a desigualdade social, proporcionando uma ajuda financeira às famílias em situação de vulnerabilidade social, como os do Bolsa Família, em plataformas de apostas. 

A Regulamentação das Bets estabelece regras claras para as empresas de apostas esportivas no Brasil. Agora, as plataformas precisam ser credenciadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, responsável por monitorar as operações e arrecadação. As apostas só podem ser feitas em eventos esportivos oficiais, e as empresas não autorizadas são proibidas de operar no país. No entanto, mesmo sem regulamentação, muitas seguem na ilegalidade, explorando brechas para continuar lucrando no mercado clandestino. 

O governo também implementou um novo modelo de tributação para garantir a legalidade do setor. Apostadores que ganharem mais de R$2.112 devem pagar 30% sobre os ganhos — mesma taxa aplicada a loterias —, enquanto as empresas devem recolher 18% sobre a Gross Gaming Revenue (GGR). Além disso, devem pagar tributos como PIS, Cofins, Imposto de Renda, CSLL e ISS, e enviar informações ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para prevenção de fraudes e lavagem de dinheiro. 

Todavia, uma das principais preocupações em relação ao mercado de apostas esportivas no país é o uso de recursos do Bolsa Família. Em 2024, um estudo realizado pelo Banco Central do Brasil revelou que beneficiários do recurso enviaram R$ 3 bilhões às casas de apostas somente no mês de agosto, sendo que cerca de R$2 bilhões (67% do total) foram transferidos via Pix. O cenário acendeu um alerta sobre o uso inadequado dos recursos públicos. 

Para combater essa prática, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), sugeriu a implementação de bloqueios nas plataformas de apostas. Assim, ferramentas como a Verificação de Beneficiários de Auxílio Social, da idwall, permitem que as empresas identifiquem apostadores que recebem benefícios sociais, como Bolsa Família e Seguro Defeso e Benefício de Prestação Continuada (BPC), ajudando a evitar o uso indevido desses recursos. No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou ao STF que há dificuldades operacionais para cumprir essa decisão, uma vez que não é possível identificar nas contas dos beneficiários quais recursos são provenientes do Bolsa Família e quais são de outras fontes de renda.  

Diante desse cenário, o governo federal propôs ao STF determinadas medidas, no contexto das apostas virtuais, uma vez que essa prática é preocupante não só pelo risco de prejudicar financeiramente as famílias em situação de vulnerabilidade, mas também porque ela é vista como um comportamento que vai contra as diretrizes de jogo responsável. Uma das sugestões é proibir o uso de cartões de crédito e débito nas apostas, incluindo os cartões vinculados ao Bolsa Família.  

O compliance é essencial para garantir que as plataformas de apostas cumpram as regulamentações e protejam os consumidores, bem como estabeleçam práticas de jogo responsável entre as suas diretrizes e políticas. Para tanto, as empresas devem adotar processos rigorosos de verificação de identidade, incluindo a análise de dados cadastrais, biometria, lavagem de dinheiro e verificação de vínculos esportivos dos apostadores.  

Além disso, o uso de tecnologias de monitoramento permite a identificação de comportamentos suspeitos e a prevenção da manipulação de resultados esportivos. Essas medidas ajudam a garantir que as apostas sejam realizadas de maneira justa e responsável, visando ainda reduzir os prejuízos para os beneficiários de programas sociais. 

 

*Marcya Ferreira é Head de Legal da idwall, empresa de tecnologia que disponibiliza verificação de identidade, gestão de riscos e onboarding digital – e-mail: [email protected] 

Sobre a idwall

Fundada em 2016, a idwall é uma empresa de tecnologia que disponibiliza verificação de identidade, gestão de riscos e onboarding digital. Referência de mercado em soluções integradas e inteligentes, a empresa agiliza o processo de verificação de identidade durante toda a jornada do cliente e auxilia empresas a cumprirem as normas de compliance com tecnologia proprietária para evitar fraudes. Fundada em 2016 por Lincoln Ando e Raphael Melo, a idwall visa criar relações de confiança para a era digital. Para saber mais, acesse: www.idwall.co

 
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