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Embora seja uma das formas mais graves de câncer, o câncer de pâncreas ainda é pouco falado — e muitas vezes só é descoberto em fases avançadas. No entanto, médicos reforçam que prestar atenção aos sinais do corpo e buscar atendimento médico diante de sintomas persistentes pode fazer toda a diferença.
O Dr. Murillo Utrini, cirurgião especializado em doenças do pâncreas e das vias biliares, explica que o diagnóstico precoce é difícil, mas possível. “O câncer de pâncreas geralmente não causa sintomas muito claros no início, mas quando conseguimos descobrir cedo, aumentamos bastante as chances de sucesso no tratamento”, afirma.
Sinais que merecem atenção
Alguns sintomas, mesmo que pareçam comuns, não devem ser ignorados — especialmente se forem persistentes. São eles: dor abdominal contínua, perda de peso sem motivo aparente, pele e olhos amarelados (icterícia), fezes mais claras, urina escura e enjoo frequente.
“Esses sinais costumam aparecer quando a doença já está mais avançada. Mas em algumas pessoas, principalmente aquelas com fatores de risco como histórico familiar, inflamações no pâncreas (pancreatite crônica) ou certas alterações genéticas, pode-se investigar antes e descobrir precocemente”, explica o médico.
A importância do acompanhamento médico
Exames como tomografia, ressonância magnética e ecoendoscopia ajudam no diagnóstico, mas não são indicados para qualquer pessoa. “Esses exames devem ser solicitados por um profissional capacitado, após uma avaliação cuidadosa dos sintomas e do histórico do paciente”, reforça Dr. Murillo.
Vale destacar que, segundo diretrizes recentes, o rastreamento do câncer de pâncreas não é recomendado para a população em geral, já que a incidência ainda é considerada baixa, embora esteja em crescimento. No entanto, alguns grupos específicos apresentam um risco mais elevado e, nesses casos, a vigilância médica pode ser fundamental.
Pessoas com alterações genéticas conhecidas — como mutações nos genes BRCA1, BRCA2, ATM, CDKN2A e PALB2 — ou com síndromes hereditárias, como Peutz-Jeghers, pancreatite hereditária, síndrome de Lynch (quando há parentes próximos com câncer de pâncreas) e FAMMM, fazem parte desse grupo de risco. Famílias com dois ou mais casos da doença entre parentes de primeiro grau também merecem atenção especial.
Nessas situações, a vigilância deve ser feita de forma regular, normalmente uma vez por ano, utilizando exames como a ressonância magnética e a ecoendoscopia. “Identificar lesões ainda pequenas e localizadas no pâncreas aumenta muito as chances de um tratamento mais eficaz e menos agressivo”, reforça o especialista.
Tratamento com tecnologia e cuidado
Nos casos em que a cirurgia é indicada, técnicas modernas e menos invasivas — como a videolaparoscopia e a cirurgia robótica — têm permitido procedimentos mais precisos, com menos dor e recuperação mais rápida.
“Cada paciente é único. Por isso, avaliamos com cuidado qual a melhor abordagem para cada caso. Em algumas situações, combinamos a cirurgia com outros tratamentos, como a quimioterapia, sempre em parceria com um oncologista”, diz Dr. Murillo.
Informação salva vidas
Como o câncer de pâncreas costuma ser silencioso no início, é fundamental que as pessoas estejam atentas e que os profissionais de saúde estejam preparados para orientar e investigar quando necessário.
“É importante escutar o corpo. Uma dor que não passa, perder peso sem saber por quê, mudanças persistentes no funcionamento do intestino ou do apetite… tudo isso precisa ser levado a sério. O diagnóstico precoce pode mudar o rumo da doença — e isso começa com informação e cuidado”, finaliza o especialista.
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SARAH MONTEIRO DE CARVALHO
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