19 anos de MON, o que esperar?

O Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, apresenta uma programação diversa

DON M. VARGAS
14/04/2025 00h10 - Atualizado há 1 dia

19 anos de MON, o que esperar?
https://www.museuoscarniemeyer.org.br/
Dom M. Vargas

O Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, apresenta uma programação diversa e instigante em abril de 2025, refletindo sua missão de integrar arte, cultura e reflexão crítica. Com exposições que abrangem desde tradições milenares até expressões contemporâneas, o MON se destaca como um espaço de diálogo entre diferentes culturas e épocas, vamos à um tour por todas elas e as impressões deixadas.

Jean-Michel Othoniel – O Olho da Noite (até 27 de abril de 2025): A mostra do artista francês ocupa o icônico “Olho” do museu, os Espaços Araucária 1 e 2, além da área externa, incluindo o espelho d’água. A exposição celebra o aniversário do MON e fortalece o diálogo cultural entre o Paraná e a França.

Crítica 1 – Jean-Michel Othoniel: O Olho da Noite

A monumentalidade silenciosa de Jean-Michel Othoniel se impõe no “Olho” do MON como uma metáfora do sensível diante do tempo. A mostra O Olho da Noite celebra não apenas os 21 anos do museu, mas reforça a vocação do espaço como território de reflexão e encantamento. Othoniel, reconhecido por sua poética dos materiais e pelo domínio absoluto da forma orgânica, leva ao limite o diálogo entre arquitetura, escultura e espiritualidade.

Você pode conferir na Integra diretamente pelo site oficial do MON clicando aqui

A presença de sua obra no MON não é apenas simbólica. É política. Colocar a leveza monumental de suas contas de vidro — ora suspensas, ora imersas — no coração de um edifício assinado por Niemeyer, traz à tona uma discussão vital sobre o lugar do belo, da contemplação e da emoção no século XXI.

Críticos como Fabio Cypriano (Folha de S. Paulo) e Luisa Duarte (O Globo) destacam a capacidade do artista francês de criar atmosferas de encantamento sem recorrer ao espetáculo vazio. Othoniel convida o público à desaceleração, ao ritual da observação, à escuta do próprio corpo diante da obra.

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Ao ocupar também o espelho d’água externo, Othoniel amplia sua proposta para o espaço natural, fundindo céu, arquitetura e escultura em uma paisagem líquida e reflexiva. O Olho da Noite, nesse contexto, não é só uma exposição. É um estado de espírito. E é nisso que reside sua força: fazer da arte um campo de suspensão do ruído.

Crítica 2 – Afeganistão: Tapetes de Paz e Guerra

A exposição Afeganistão – Tapetes de Paz e Guerra apresenta, com delicadeza e contundência, a tessitura de um país marcado por conflitos, mas profundamente resiliente em sua produção cultural. São 37 tapetes e 19 joias que revelam, mais do que o virtuosismo artesanal, o pensamento de um povo que tece sua história com resistência.

A curadoria é inteligente ao não estetizar a dor. O visitante encontra símbolos de armas, tanques e helicópteros entrelaçados a flores, arabescos e grafismos tradicionais — um testemunho silencioso da convivência entre destruição e esperança. Essa convivência é a marca do povo afegão e também o ponto central da exposição.

Como escreveu o crítico Paulo Herkenhoff, “a arte popular é o lugar onde a história se preserva com mais vigor”. E é exatamente esse vigor que a mostra carrega. Trata-se de um projeto que, mesmo ancorado no objeto (o tapete), transcende a forma e alcança o território do testemunho.

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O público se depara com joias e tecidos que não pedem piedade, mas sim escuta. Em tempos de guerra cultural e apagamento de histórias não europeias, a exposição se torna um manifesto visual, posicionando o MON como instituição aberta ao mundo.

Crítica 3 – Ásia: A Terra, os Homens, os Deuses

A mostra Ásia: A Terra, os Homens, os Deuses é, talvez, uma das mais equilibradas incursões do MON sobre arte asiática nos últimos anos. Com um recorte panorâmico, mas nada superficial, a curadoria apresenta objetos e obras que capturam o espírito multiforme do continente.

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São peças que expressam o entrelaçamento entre espiritualidade, cotidiano e estética. Estátuas budistas, artefatos hinduístas, caligrafias e objetos cerimoniais não apenas ilustram culturas — elas vivem no espaço expositivo como entidades.

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Em entrevista à Revista Select, a curadora convidada reforça que a exposição evita o exotismo e busca uma abordagem respeitosa das cosmologias orientais. E acerta ao oferecer uma experiência onde a contemplação vence a curiosidade superficial.

A mostra apresenta a Ásia como o que ela é: plural, densa e, sobretudo, ainda mal compreendida pelo olhar ocidental. A Terra, os Homens, os Deuses posiciona-se como uma aula de humildade estética. Um convite à escuta ancestral.


No mais, entre fixas e não fixas. Muitas impressões foram deixadas, mas pouca comunicação com o apreciador, como que se implorando por admiração os artistas estivessem montando suas amostras, o que para mim, é um ultraje tanto para o observador como para a dignidade do profissional.

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MATHEUS VARGAS MARQUES
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FONTE: cnnbrasil,nytimes,poder360
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