A preferência dos brasileiros por carros com câmbio automático atingiu um novo patamar em 2025. Segundo dados recentes do mercado, a venda e revenda desses veículos cresceu quase 60% no último ano. O conforto e a praticidade na hora de dirigir estão entre os principais motivos da escolha. Mas o que muitos motoristas ainda não sabem é que esse tipo de câmbio exige cuidados que, se ignorados, podem causar prejuízos altos.
Com sistemas mais complexos do que os manuais, os câmbios automáticos precisam de atenção especial e um simples detalhe pode fazer toda a diferença: a troca do óleo do câmbio automático. Mesmo assim, milhares de donos de carros automáticos ainda acreditam no mito de que esse óleo “dura para sempre”.
“Esse é um erro comum. Aqui na oficina, recebemos muitos veículos com problemas por falta de troca do fluido do câmbio automático. O óleo envelhece, perde suas propriedades, e isso pode gerar trancos, superaquecimento e até a perda total do câmbio”, explica Benivaldo Rosa, sócio proprietário da Benicar, oficina de câmbio automático na Zona Leste de São Paulo. “Nossa dica é simples: faça revisões regulares e siga sempre as recomendações do manual do seu carro.”
O óleo do câmbio automático tem funções vitais, como lubrificar as engrenagens e manter a temperatura do sistema sob controle. Com o tempo e o uso principalmente em cidades com trânsito pesado como São Paulo, ele perde a viscosidade ideal e começa a formar resíduos. Quando isso acontece, o câmbio pode começar a apresentar falhas nas trocas de marcha, o que costuma ser o primeiro sinal de alerta.
De acordo com especialistas, o ideal é fazer a troca do fluido entre 40 mil e 60 mil quilômetros, ou antes disso, caso o carro rode muito em subidas, trânsito intenso ou com carga. “Não é um custo alto, e pode economizar muito no futuro”, afirma Benivaldo. O valor médio de uma troca preventiva gira entre R$ 600 e R$ 1.200, dependendo do modelo.
Mas o problema é que muitos proprietários só descobrem a necessidade da troca quando o câmbio já está com falhas. Nesses casos, o reparo do câmbio automático pode ultrapassar R$ 8 mil ou até mesmo exigir a troca completa da peça, o que pode custar mais de R$ 15 mil em alguns modelos.
Outro ponto que merece atenção é a manutenção geral do câmbio automático. Além do fluido, é importante fazer diagnósticos veiculares regulares, principalmente se o motorista perceber qualquer comportamento diferente, como dificuldade nas trocas de marcha, barulhos incomuns ou consumo de combustível mais alto que o normal.
A tendência é que, com a chegada de novos modelos automáticos e híbridos ao Brasil, esses cuidados se tornem cada vez mais comuns no dia a dia dos motoristas. Mas, por enquanto, a maioria ainda desconhece a importância da manutenção preventiva, o que acaba gerando filas nas oficinas especializadas em câmbio automático e muitas dores de cabeça evitáveis.
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MARCOS MOREIRA CANGUSSU
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