A recente decisão da Universidade de Harvard de expandir suas políticas de isenção de mensalidades marca um passo significativo na promoção da diversidade e inclusão no ensino superior. Em um clima pós-julgamento da Suprema Corte dos EUA, que reverteu o uso de ações afirmativas para aumentar a diversidade racial, a medida de Harvard é vista como uma tentativa de mitigar os impactos negativos dessa decisão, oferecendo alternativas para manter um corpo estudantil diversificado.
A partir do segundo semestre de 2025, estudantes de famílias com renda anual de até US$200.000 terão isenção total das mensalidades. Para aqueles com renda inferior a US$100.000, Harvard cobrirá, além das mensalidades, os custos de moradia e alimentação. Isso demonstra um compromisso não só com a excelência acadêmica, mas também com a responsabilidade social, ao garantir que talentos não fiquem de fora devido a barreiras financeiras.
O presidente da Universidade, Alan Garber, destacou que tornar Harvard mais acessível financeiramente permite uma maior diversidade de origens, experiências e perspectivas entre os alunos, o que enriquece o ambiente acadêmico. Portanto, com a ascensão dos custos acadêmicos, Harvard e outras instituições renomadas, como Stanford e Yale, vêm buscando formas criativas de ampliar a acessibilidade financeira. Isso sublinha a urgência e importância de tais medidas para evitar que o ensino superior se torne um privilégio restrito a poucos.
A medida é uma resposta aos desafios impostos pela decisão da Suprema Corte, em um cenário político em que iniciativas para diversidade enfrentam resistência. Desde janeiro, ordens executivas do presidente Donald Trump têm buscado desmantelar programas de diversidade, equidade e inclusão, impondo um ambiente mais desafiador para iniciativas como a da Universidade.
Harvard pretende servir como um exemplo global ao implementar e articular políticas que ampliam o acesso e garantem suporte contínuo para os alunos. Essa abordagem holística tem como objetivo facilitar o acesso, bem como garantir o sucesso sustentável dos estudantes ao longo de suas jornadas acadêmicas.
A decisão de Harvard é um marco de esperança para muitos, ao redefinir as regras de acesso e buscar equidade em um sistema educacional que ainda lida com desigualdades significativas. Este movimento ressalta a necessidade de novas estratégias para um ensino superior mais inclusivo e acessível, servindo como exemplo de inovação e liderança em tempos de mudança. Ao ampliar o leque de oportunidades, Harvard reforça seu compromisso com a igualdade e se posiciona na vanguarda de uma transformação educacional necessária para um futuro mais justo.
*Joice Diaz é Pedagoga e Mestre em Educação e Novas Tecnologias, além de Professora e Coordenadora dos cursos de Pós- Graduação da área da Educação da Uninter.
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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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