Transtorno de Compra Compulsiva

ANDREA FELICONIO LIMA
07/04/2025 17h20 - Atualizado há 1 semana

Transtorno de Compra Compulsiva
divulgação Dra Maria Fernanda Caliani
Quando o Prazer de Comprar Vira um Problema de saúde mental?

Você já comprou algo por impulso e, pouco tempo depois, se arrependeu? Agora imagine essa situação acontecendo com frequência, a ponto de causar endividamento, ansiedade e sofrimento emocional. Esse é o cenário vivido por quem sofre com o transtorno de compra compulsiva — uma condição séria e muitas vezes silenciosa que afeta milhares de pessoas no Brasil.


O que é o transtorno de compra compulsiva?

Também conhecido como oniomania, esse distúrbio é caracterizado por um impulso incontrolável de fazer compras, mesmo sem necessidade real. Mais do que um comportamento impulsivo pontual, trata-se de um padrão repetitivo que compromete o bem-estar emocional e financeiro.

“A pessoa sente uma euforia momentânea ao comprar, como uma recompensa. Mas logo depois vem a culpa, o arrependimento e, muitas vezes, o prejuízo financeiro”, explica a Dra. Maria Fernanda Caliani, psiquiatra especializada em saúde mental e comportamento. “Esse ciclo pode estar ligado a quadros de ansiedade, depressão e baixa autoestima.”

Quais são os principais sinais de alerta?

De acordo com a especialista, é importante ficar atento a alguns comportamentos, como:
  • Comprar para aliviar estresse, tristeza ou ansiedade.
  • Sentir prazer intenso ao adquirir algo, seguido por culpa ou arrependimento.
  • Acumular produtos sem uso ou totalmente desnecessários.
  • Dificuldade em controlar os impulsos de compra, mesmo ciente das consequências.
  • Endividamento ou problemas financeiros recorrentes.

Por que isso acontece?
A resposta está em parte no nosso cérebro. Durante a compra, o organismo libera dopamina, um neurotransmissor associado à sensação de prazer. “Esse mecanismo de recompensa pode se tornar viciante. A pessoa volta a comprar para reviver aquela sensação boa e aliviar desconfortos emocionais”, explica a Dra. Maria Fernanda.
Mas o cérebro não é o único culpado. O ambiente também exerce grande influência. “A cultura do consumo nas redes sociais, as promoções relâmpago e os estímulos constantes dos influenciadores acabam sendo gatilhos para quem já tem dificuldade de autocontrole”, completa.

Existe tratamento? Sim, e começa com o autoconhecimento:
Lidar com o transtorno de compra compulsiva é possível, e o primeiro passo é reconhecer o problema. A psiquiatra recomenda algumas estratégias:
Buscar autoconhecimento: entender o que desencadeia o impulso de comprar.
Criar barreiras: como evitar salvar dados de cartão ou adotar a regra das 24 horas antes de finalizar uma compra.
Fazer psicoterapia: especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que ajuda a modificar padrões de pensamento e comportamento.
Contar com acompanhamento médico: em casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicação.
Adotar hábitos alternativos: substituir o ato de comprar por atividades que promovam bem-estar, como exercícios físicos, arte ou meditação.

Atenção e acolhimento

“Comprar é uma atividade cotidiana e, muitas vezes, prazerosa. Mas quando ela se torna uma válvula de escape constante e prejudica a vida da pessoa, é preciso buscar ajuda. O acolhimento psicológico e o tratamento adequado são fundamentais para retomar o equilíbrio”, alerta a Dra. Maria Fernanda Caliani.


 

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Andrea Feliconio Lima
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FONTE: Amanda Nossães
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