Nos últimos anos, cada vez mais brasileiros têm aderido ao conforto do câmbio automático. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), em 2025, mais de 75% dos veículos novos vendidos no país já saem das concessionárias sem o pedal da embreagem. Mas essa tendência vem acompanhada de um grande alerta: sem a manutenção correta, o câmbio automático pode se tornar um dos itens mais caros para reparar no veículo.
Especialistas afirmam que a falta de manutenção preventiva está entre os principais motivos para falhas no sistema. "Muita gente só se preocupa com o câmbio quando ele começa a apresentar defeitos, mas nesse ponto o problema já pode estar avançado e o custo do conserto pode ser altíssimo", explica Benivaldo Rosa, sócio-proprietário da Benicar, oficina de cambio automático na Zona Leste de São Paulo. "O ideal é realizar revisões periódicas, verificar o estado do fluido e evitar hábitos que forcem o sistema."
Entre os erros mais comuns cometidos pelos motoristas está a maneira incorreta de conduzir o veículo. Muitos motoristas engatam a marcha ré sem esperar o carro parar totalmente, mantêm o pé no freio em descidas prolongadas ou aceleram bruscamente com o câmbio ainda em processo de troca de marcha. Essas ações, aparentemente inofensivas, podem causar um desgaste prematuro das peças internas e gerar um prejuízo inesperado.
Além disso, um dos fatores mais críticos para a longevidade do câmbio automático é a troca de óleo. Diferente do que muitos acreditam, o fluido lubrificante do câmbio não dura para sempre e, se não for substituído no período correto, pode perder suas propriedades e comprometer todo o sistema. O superaquecimento e o acúmulo de impurezas no óleo estão entre as principais causas de falhas mecânicas graves.
Em média, recomenda-se a substituição do fluido do câmbio automático a cada 40.000 km ou conforme a especificação do fabricante. No entanto, muitos motoristas desconhecem essa recomendação e acabam enfrentando problemas mais sérios. "O que mais vemos na oficina são câmbios travados ou queimados porque o dono nunca trocou o óleo. O pior é que, quando o problema aparece, a única solução pode ser uma retífica completa, que pode custar mais de R$ 15 mil", alerta Benivaldo.
Outro fator que vem chamando atenção é o aumento da procura por serviços de manutenção do câmbio automático. Com a popularização do câmbio automático no Brasil, as oficinas especializadas estão com agenda lotada, e muitos motoristas enfrentam dificuldades para encontrar atendimento rápido. Além disso, a escassez de mão de obra qualificada e o preço elevado de peças de reposição tornam o conserto ainda mais complexo e demorado.
Para evitar surpresas desagradáveis, especialistas recomendam que os motoristas fiquem atentos a qualquer sinal de falha no câmbio, como trancos durante a troca de marcha, demora na resposta ao acelerar ou ruídos incomuns. Qualquer alteração no funcionamento do sistema deve ser investigada imediatamente para evitar que um problema simples se transforme em um grande prejuízo.
Com os devidos cuidados e revisões regulares, o câmbio automático pode ter uma longa vida útil sem exigir grandes reparos. O motorista que seguir as recomendações dos especialistas e adotar hábitos corretos ao dirigir pode economizar milhares de reais e garantir um desempenho suave e seguro por muitos anos. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
MARCOS MOREIRA CANGUSSU
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