5 curiosidades sobre a hemodiálise que você precisa saber
O procedimento substitui a função dos rins, por meio da filtragem das impurezas do sangue e remoção do excesso de líquidos do corpo. Vital para pacientes renais, o tratamento exige atenção à ingestão diária de líquidos e alimentos, e pode ser adaptado à rotina
DAYANE MARTINS DE SOUZA
13/03/2025 15h12 - Atualizado há 10 horas
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No dia 13 de março, é celebrado o Dia Mundial do Rim, uma data dedicada à conscientização sobre a saúde renal e a importância da prevenção de doenças que afetam esses órgãos. Entre os principais tratamentos para pacientes com insuficiência renal, a hemodiálise se destaca como uma terapia essencial, mas que ainda gera muitas dúvidas. O procedimento substitui a função dos rins, filtrando as impurezas do sangue e removendo o excesso de líquidos do corpo. Ele pode ser indicado tanto para casos temporários, como infecções graves e intoxicações, quanto para doenças crônicas, como a Doença Renal Crônica (DRC), que afeta milhões de brasileiros e pode levar à necessidade de tratamento contínuo. Para pacientes com Doença Renal Crônica, a diálise é muitas vezes realizada até que um transplante seja possível. “É um tratamento vital, que permite manter o equilíbrio do organismo e evitar complicações graves”, explica a nefrologista Dra. Maristela Carvalho da Costa, do Centro Integrado de Nefrologia, Diálise e Transplante Renal do Hospital Santa Catarina - Paulista. Apesar de ser um processo complexo, a hemodiálise pode ser incorporada à rotina dos pacientes com planejamento e acompanhamento médico adequado. A seguir, destacamos algumas curiosidades sobre o tratamento para esclarecer dúvidas e desmistificar a terapia. - O acesso vascular e a preparação para o tratamento
Antes de iniciar as sessões, é necessária uma pequena cirurgia para criar um acesso vascular adequado. O mais comum é a fístula arteriovenosa, uma conexão entre uma veia e uma artéria que permite um fluxo sanguíneo mais intenso para a filtragem. Essa opção é considerada a melhor por ser mais durável e apresentar menor risco de infecção. Para casos emergenciais ou pacientes que ainda não possuem fístula madura, pode-se utilizar um cateter venoso central, inserido no pescoço, tórax ou virilha. “A escolha do acesso é fundamental para a segurança e eficácia da hemodiálise. O ideal é que o paciente seja encaminhado precocemente para a confecção da fístula, evitando o uso prolongado de cateteres, que aumentam o risco de infecções”, explica a nefrologista. - Duração e frequência das sessões
A frequência e o tempo de cada sessão de hemodiálise variam conforme o estado clínico do paciente. “O esquema mais comum é a diálise três vezes por semana, com sessões que duram de três a quatro horas. No entanto, há pacientes que podem necessitar de sessões mais curtas ou mais frequentes, especialmente aqueles que ainda mantêm alguma função renal residual”, detalha a especialista. Além disso, pacientes com condições cardíacas podem se beneficiar de sessões mais frequentes e de menor duração, reduzindo oscilações bruscas na retirada de líquidos. Cada caso é avaliado individualmente para garantir o melhor equilíbrio no tratamento. - Viajar durante o tratamento é possível
Apesar das restrições impostas pelo tratamento, pacientes em hemodiálise podem viajar, desde que organizem tudo com antecedência. Esse processo é chamado de “diálise em trânsito” e permite que o paciente realize o procedimento em outra clínica, em diferentes cidades ou até mesmo em outros países. “O primeiro passo é informar a clínica onde realiza o tratamento, que entrará em contato com uma unidade de diálise no destino. Um relatório médico, exames e sorologias são encaminhados para garantir que o paciente tenha um atendimento seguro”, orienta a Dra. Maristela. Esse planejamento possibilita que pacientes possam trabalhar em diferentes localidades ou até mesmo aproveitar férias sem comprometer a saúde. - É necessário restrição de líquidos e dieta controlada
Um dos maiores desafios para pacientes em hemodiálise é o controle da ingestão de líquidos. Como os rins não funcionam adequadamente, o corpo pode reter líquidos em excesso, causando inchaço, sobrecarga no coração e pressão alta. O ideal é que o paciente controle a ingestão de água e outros líquidos de acordo com o seu peso seco, que é o peso que ele deve manter após a diálise para evitar sobrecarga hídrica. “Além da água, sucos, sopas e até mesmo frutas ricas em líquidos precisam ser consumidos com moderação”, explica a especialista. A alimentação também deve ser ajustada para equilibrar os níveis de sódio, potássio e fósforo no organismo. “Acompanhamos os exames dos pacientes mensalmente e ajustamos a dieta conforme necessário, sempre com o suporte de um nutricionista”, acrescenta a nefrologista. - É importante monitorar o peso corporal
O controle do peso é um dos principais indicadores do tratamento. O paciente é pesado antes e depois de cada sessão para avaliar a retenção de líquidos e a quantidade que precisa ser removida. “O ganho de peso entre uma sessão e outra não deve ultrapassar 4% do peso seco do paciente. Acima disso, a retirada de líquido na diálise pode ser desconfortável e aumentar o risco de quedas de pressão e câimbras”, alerta a Dra. Maristela. Esse monitoramento é essencial para garantir a estabilidade do paciente e evitar complicações. A hemodiálise é um tratamento que exige comprometimento e disciplina, mas com informação e acompanhamento adequado, os pacientes podem manter uma rotina equilibrada. Conhecer melhor o procedimento e seus desafios são essenciais para garantir mais qualidade de vida e segurança durante o tratamento. Sobre o Hospital Santa Catarina - Paulista: O Hospital Santa Catarina - Paulista prima pela excelência no atendimento seguro e humanizado. Referência de qualidade em serviços de saúde no Brasil, atende desde pequenos procedimentos até cirurgias de alta complexidade. É parte da Rede Santa Catarina, uma instituição filantrópica que impacta na cadeia de valor produtivo do país e atua nos eixos da saúde, educação e assistência social, por meio de 18 Casas e cerca de 11,5 mil colaboradores, distribuídos em seis Estados brasileiros. Com infraestrutura moderna, equipamentos de última geração e profissionais altamente qualificados, o Hospital Santa Catarina - Paulista dispõe de 352 leitos, sendo 95 de UTI, distribuídos em cinco Unidades de Tratamento Intensivo (neurológica, cardiológica, pediátrica, geral e multidisciplinar), 15 salas de cirurgias, 3 salas de centro cirúrgico minimamente invasivo e pronto atendimento 24 horas. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
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