Espetáculo Contos de Cativeiro estreia no Sesc Avenida Paulista
Direto de Goiânia, capital de Goiás, o solo de Marcelo Marques traz à cena as linguagens corporais do circo, da dança afro e da capoeira
NOSSA SENHORA DA PAUTA ASSESSORIA DE COMUNICAçãO
13/02/2025 17h21 - Atualizado há 2 meses
Crédito Marley Medeiros
Os caminhos percorridos pelo povo preto brasileiro desde a diáspora africana com suas alegrias, resiliência e fé são o tema central do espetáculo CONTOS DE CATIVEIRO. O solo circense de Marcelo Marques faz três únicas apresentações em São Paulo nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro, sexta-feira e sábado às 20h e domingo às 18h, no Sesc Avenida Paulista. Com direção geral de Renata Caetano, direção de arte de Raquel Rocha e realização do Orum Aiyê Quilombo Cultural, que também mantém um espaço cultural em Goiânia, CONTOS DE CATIVEIRO desloca a negritude das margens para o centro das discussões culturais. A montagem é uma lição de luta e afeto em prol do protagonismo negro, e por se tratar de um solo, o ator Marcelo Marques, com mais de 30 anos de atuação circense, transita entre os personagens para levar o público ao centro dessa temática. Em CONTOS DE CATIVEIRO, um Preto Velho muito simpático e sábio conta, entre algumas histórias, a origem do mundo pelo olhar do povo Yorubá, sobre as lutas, as resistências do período de escravização e a capacidade do povo preto de viver apesar das agressões que atravessam o tempo e a carne. Marcelo também dá vida aos personagens Olodumaré, orixá que cria o mundo, e Rei de Oyó, que é escravizado e trazido ao Brasil. Já o Malandro mostra o quão revolucionário é viver de forma inteligente, apesar do sistema que oprime. Para Marcelo Marques, CONTOS DE CATIVEIRO é um espetáculo que enaltece o protagonismo negro na história do Brasil. “Por ser uma obra com uma equipe criativa de 100% de artistas negros, fortalece o imagético do orgulho de ter nascido preto, apesar da opressão”, pontua ele. Resistência negra CONTOS DE CATIVEIRO, que estreou em 2022 na cidade de Goiânia e desde então tem sessões lotadas por onde se apresentou, pesquisa a mistura das linguagens corporais do circo, da dança afro e da capoeira, além de outros elementos da cultura negra brasileira. O solo é em sua essência uma ação regada ao Axé da resistência negra e tem em seu pilar a voz e protagonismo preto entremeado em sua construção e narrativa. “Apesar do título, o espetáculo não é uma narrativa sobre o sofrimento. O texto, de minha autoria, enaltece os conhecimentos e capacidade de resiliência do povo preto trazendo para cada cena um recorte com foco na sabedoria, nas vitórias e expertises trazidas da África para o Brasil”, explica Marcelo Marques. O sagrado em cena A cenógrafa e artista plástica Raquel Rocha mergulhou fundo no estudo dos elementos afrodiaspóricos que formam a direção de arte de CONTOS DE CATIVEIRO harmonizando todos os elementos ancestrais com os equipamentos de circo.
Pautando-se nos conhecimentos ancestrais que foram adquiridos, em sua maioria, dentro dos terreiros, que são os principais espaços de resistência, permanência e ensino das culturas ancestrais vindas da África, Raquel compôs a cenografia a partir de elementos primordiais para a cultura preta. As folhas que se espalham, tal qual um tapete sobre o espaço cênico, são escolhidas a partir da folhagem utilizada na sassanha que é uma ritualística do candomblé no qual há um preparo de folhas específicas que serão usadas ao longo dos dias de uma cerimônia. As folhas se estendem do Aiyê (terra) até o Orum (céu) e ao elevar as folhas no fundo do cenário até o ponto mais alto do teatro, numa perspectiva de infinito que une Orum e Aiyê, a artista enfatiza o sagrado em cena. Duplamente representado no espetáculo, o altar religioso denominado congá, faz o elo de ligação entre a fé do ator em cena e o personagem Preto Velho, protagonista da história. Os demais elementos cênicos, como o cabideiro de galho seco, o atabaque, os vasos de plantas, as cabaças e o velho violão, compõem a cenografia que propositalmente conduz a plateia para diferentes ambientes em que hora é um terreiro, hora a casa do preto velho, uma floresta, ou até mesmo um navio negreiro. Sobre o Orum Aiyê Quilombo Cultural Criado em fevereiro de 2022, o Orum Aiyê Quilombo Cultural surge da necessidade de artistas negros se juntarem enquanto resistência no cenário artístico goiano enfatizando o protagonismo negro na produção cultural. Além de ser um espaço cultural com cursos, oficinas, exibições e exposições, o Orum Aiyê também realizou a criação do espetáculo Contos de Cativeiro em junho do mesmo ano. A montagem, com várias temporadas no Estado de Goiás, também fez apresentações em Brasília e São Paulo, e foi convidada a participar da instalação brasileira Encruzilhadas: Acreditamos nas Esquinas na 23º Quadrienal de Praga - PQ'23 Brasil, vencedora do prêmio de melhor trabalho em equipe. Para os integrantes do coletivo, o atual cenário sócio-político e econômico, coloca as pessoas negras em uma situação ainda mais marginal às políticas públicas e no centro de crescentes ataques racistas, sendo fundamental as relações identitárias na formação e na autoestima. Serviço: CONTOS DE CATIVEIRO
Com Orum Aiyê Quilombo Cultural Dias 21, 22 e 23 de fevereiro, sexta-feira e sábado às 20h e domingo às 18h. Sesc Avenida Paulista – Avenida Paulista, 119 – Bela Vista, São Paulo. 60 minutos | Livre (recomendado a partir de 12 anos) | De R$ 12,00 a R$ 50,00. Ficha Técnica: Direção Geral – Renata Caetano. Texto e Atuação – Marcelo Marques. Coreografia – Juliana Jardel. Cenário e Figurino – Raquel Rocha. Iluminação – Matheus Trindade. Realização – Orum Aiyê Quilombo Cultural. Produção – Raquel Rocha e Marcelo Marques. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
FREDERICO PAULA JUNIOR
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