Novo método criado no Instituto Weizmann permite identificar em uma amostra de fezes o que a pessoa comeu

LGZ PRESS - LIANE G. ZAIDLER
29/01/2025 11h38 - Atualizado há 1 dia
Novo método criado no Instituto Weizmann permite identificar em uma amostra de fezes o que a pessoa comeu
Os pesquisadores Dr. Avner Leshem, Dr. Alon Savidor e Prof. Eran Elinav - Crédito Instituto Weizmann
Um novo estudo do Instituto Weizmann conseguiu identificar todas as proteínas presentes em uma amostra de fezes – incluindo aquelas do microbioma, do próprio organismo e dos alimentos ingeridos. Isso permitiu revelar segredos ocultos do intestino e seu impacto nas doenças humanas. Esses mapas detalhados possibilitam avaliar a saúde intestinal, quantificar a adesão dos pacientes a terapias nutricionais para doenças intestinais e associar dietas a um melhor controle da inflamação.
Em um estudo publicado hoje na revista científica Cell, os cientistas apresentam um método capaz de identificar, em uma única amostra de fezes, todas as proteínas do intestino e decodificar suas interações com precisão e resolução sem precedentes.
O novo método do Instituto Weizmann combina sequenciamento de DNA e espectrometria de massa para gerar um mapa de proteínas personalizado para cada paciente. Usando o método IPHOMED – sigla para Integrated Proteo-genomics of HOst, MicrobiomE and Diet –, os pesquisadores descobriram que o intestino humano pode secretar dezenas de moléculas até então desconhecidas, que atuam como antibióticos naturais. Essa descoberta pode ajudar a explicar por que a composição do microbioma varia entre as pessoas.
Com essa abordagem não invasiva, capaz de revelar com precisão inédita os detalhes exatos da dieta de um indivíduo, os pesquisadores conseguiram identificar corretamente uma criança com doença celíaca que não seguiu a dieta sem glúten prescrita. “Nosso método pode ser usado para verificar se alguém mantém uma alimentação kosher ou se uma pessoa realmente segue uma dieta vegetariana tão rigorosa quanto afirma”, diz o Prof. Eran Elinav com um sorriso. Ele acrescenta que, ao compreender com maior precisão o que as pessoas comem – mesmo quando a refeição é complexa e composta por vários ingredientes –, será possível determinar quais componentes são benéficos para a saúde e quais podem ser prejudiciais.
O estudo também levou à descoberta de dezenas de novas proteínas que podem se tornar potenciais alvos terapêuticos para o tratamento de inflamações intestinais graves – uma condição atualmente sem cura. Além disso, foram identificados novos biomarcadores que podem ajudar a diagnosticar diferentes tipos de doenças intestinais, avaliar sua gravidade e monitorar sua progressão. Os pesquisadores ainda conseguiram aplicar esse método não invasivo para detectar doenças no intestino delgado, uma região notoriamente difícil de visualizar e acessar.
Com esse avanço, será possível desenvolver intervenções nutricionais e médicas personalizadas para uma ampla gama de distúrbios, incluindo doenças inflamatórias, metabólicas, malignas e neurodegenerativas.
A pesquisa foi co-liderada pelos Drs. Rafael Valdés-Mas, Avner Leshem e Danping Zheng, do laboratório do Prof. Eran Elinav, em colaboração com o Dr. Alon Savidor, do Centro Nacional de Medicina Personalizada Nancy e Stephen Grand Israel, ambos do Instituto Weizmann de Ciências.


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