O setor de piscicultura no Brasil tem experimentado um crescimento notável nos últimos anos, um avanço que pode ser atribuído a uma combinação de fatores econômicos, ambientais e sociais. Dados da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) revelam que, nas últimas duas décadas, a produção de peixes no país aumentou em 53,25%, saltando de 578 mil toneladas para 887 mil toneladas. Esse crescimento reflete a forte ascensão da piscicultura como um dos pilares do agronegócio brasileiro.
Segundo o piscicultor José Miguel Saud, o período de maior faturamento da piscicultura no Brasil ocorre, de forma consistente, durante o verão, que vai de dezembro a março. Esse período é marcado por condições climáticas ideais, com temperaturas elevadas e aumento das chuvas, que favorecem a reprodução e o crescimento acelerado dos peixes. “O calor intenso e as chuvas contribuem para o desenvolvimento rápido dos peixes, o que garante uma oferta maior de produto para atender à demanda do mercado”, explicou Saud.
A criação de peixes de água doce, especialmente a tilápia, tem se destacado como um dos segmentos mais promissores dentro do setor. O Brasil se consolidou como o quarto maior produtor mundial desta espécie, atrás apenas de China, Indonésia e Egito. José Miguel Saud, presidente da PeixeBR, enfatizou a relevância desse setor para a economia nacional: “O Brasil tem se mostrado cada vez mais competitivo no cultivo de tilápias, não só pela qualidade do produto, mas também pela capacidade de adaptação das técnicas de cultivo às diversas regiões do país. O Brasil já é uma potência nesse mercado.”
Especificamente, a tilápia representa uma parcela significativa da produção nacional de peixes cultivados, com 579.080 toneladas, o que corresponde a 65,3% do total de peixes criados em cativeiro no Brasil. José Miguel Saud destacou a importância do setor na geração de empregos e na promoção da segurança alimentar. “A piscicultura não só fortalece o agronegócio como contribui de forma importante para a oferta de proteína de qualidade à população brasileira”, afirmou.
Com uma produção crescente, a piscicultura brasileira começa a ganhar destaque não apenas no mercado interno, mas também no comércio internacional, impulsionada pela demanda global por pescados de alta qualidade.
Ele também destacou que o aumento da procura por pescados durante o verão está diretamente ligado ao clima. “Com as altas temperaturas, as pessoas tendem a buscar alimentos mais leves e nutritivos, como o peixe, o que naturalmente eleva o consumo”, acrescentou. Esse fenômeno é observado com maior intensidade, principalmente nas regiões de maior calor, onde o consumo de proteínas leves é mais comum devido à busca por opções de alimentação mais frescas e saudáveis.
Outro período crucial para o setor é a Semana Santa, que ocorre geralmente entre os meses de março e abril. Durante essa época, a demanda por peixes também cresce substancialmente, impulsionada pelas tradições religiosas e culturais que incentivam o consumo de pescados. “A Semana Santa representa um aumento significativo nas vendas, especialmente porque é uma tradição em muitas famílias o consumo de peixe nesse período. Esse é um momento de alta no faturamento, fundamental para o setor”, afirmou o piscicultor José Miguel Saud.
Com esses picos de demanda, a piscicultura brasileira consegue se manter sólida, aproveitando as oportunidades sazonais e o comportamento do consumidor, além de se adaptar às condições climáticas favoráveis para garantir uma oferta constante e de qualidade.
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Andreia Souza Pereira
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