Durante a Semana de Combate à Intolerância Religiosa, os jovens em cumprimento de medida socioeducativa na Fundação CASA Maestro Carlos Gomes, em Campinas, participaram de uma palestra enriquecedora ministrada pelo Pai de Santo Rodrigo Pezão. O encontro, realizado nesta quinta-feira (23), abordou as religiões de matrizes africanas e os desafios enfrentados diante da intolerância religiosa.
A iniciativa teve como objetivo conscientizar os participantes sobre o processo histórico de religiões como o Candomblé e a Umbanda no Brasil, além de fomentar o debate sobre como essas tradições são vivenciadas atualmente. Durante a palestra, foram destacadas as contribuições culturais, espirituais e sociais dessas religiões, promovendo uma discussão aberta sobre a importância do respeito à diversidade.
Segundo Karen Custódio, coordenadora pedagógica do centro socioeducativo, o conhecimento é a principal ferramenta para romper paradigmas de preconceito e racismo religioso. “A educação tem o poder de transformar a forma como enxergamos o outro. Entender a história e o valor das religiões de matrizes africanas é um passo essencial para combater a intolerância e promover uma sociedade mais inclusiva e respeitosa”, afirmou.
A atividade também reforçou a importância da Lei 17.346/21, que garante o livre direito à crença em todo o Estado de São Paulo. A legislação proíbe qualquer interferência ou impedimento na realização de cerimônias e cultos religiosos, além de prever multa para casos de intolerância.
Além da legislação estadual, o direito à liberdade religiosa está assegurado na Constituição Federal de 1988. O Artigo 5º, inciso VI, estabelece que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias". Já o inciso VIII do mesmo artigo determina que "ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política".
Para o diretor do CASA Maestro Carlos Gomes, Ronaldo de Oliveira Silva, a atividade proporcionou aos jovens um novo olhar sobre a diversidade religiosa. “Promover o diálogo sobre diferentes crenças é fundamental para que os adolescentes ampliem sua compreensão sobre a liberdade religiosa e aprendam a respeitar as diversas formas de fé e espiritualidade”, afirmou.
A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, ressaltou que ações como essa são essenciais para a formação cidadã dos jovens. “Temos o compromisso de oferecer atividades que incentivem a reflexão e o respeito à diversidade. Iniciativas como essa ajudam a construir um ambiente mais tolerante e inclusivo, preparando os adolescentes para uma convivência social mais harmônica”, destacou.
A Fundação CASA conta com o Programa de Assistência Religiosa (PAR), que tem como missão garantir ao adolescente privado de liberdade, que assim desejar e conforme sua crença, o acesso aos princípios fundamentais da religião que professa ou daquela que pretende conhecer, promovendo e facilitando o desenvolvimento de sua fé.
Sobre a Fundação CASA A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, com base no ato infracional e na idade dos adolescentes, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social.
Mais informações em:
https://fundacaocasa.sp.gov.br/.