Com o tema "Muito Prazer, Eu Existo! Parem de nos matar!", 15ª Parada LGBTI+ da Maré reforça a luta pela existência e pelos direitos da população LGBTI+ da favela

A programação deste ano, que acontece entre os dias 24 e 26 de janeiro, inclui debates, manifestações culturais e ações de engajamento em prol da cidadania, inclusão e direitos humanos da população LGBTI+ da Maré

LUCAS SOUZA
16/01/2025 11h06 - Atualizado há 2 semanas
Com o tema Muito Prazer, Eu Existo! Parem de nos matar!, 15ª Parada LGBTI+ da Maré reforça a luta pela existência e pelos direitos da população LGBTI+ da favela
Diego Reis

Este ano, o evento se transforma em um festival, com uma programação robusta que vai além da celebração e reforça o compromisso com a cidadania, a inclusão e os direitos humanos. Organizado pelo Grupo Conexão G em parceria com o Favela Ong e patrocinado pela Prefeitura do Rio através da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS-Rio), o festival desse ano recebe ainda o apoio do Estado pelo Programa Rio Sem LGBTfobia e do estilista Almir França acompanhado da Escola de Divines.

A programação, que acontece entre os dias 24 e 26 de janeiro de 2025, tem início com um dia dedicado ao debate e à reflexão. No Observatório de Violências, temas fundamentais serão abordados, como a luta das mulheres trans no território da Maré e o resgate histórico das organizações LGBTI+ da região. Durante o evento, também serão lançados materiais produzidos pela Escola de Formação Crítica Majorie Marchi e pelo Observatório de Violências LGBTI+ (projetos do Grupo Conexão G), incluindo um protocolo de segurança para mulheres trans e travestis profissionais do sexo e uma revista que aborda empregabilidade e moradia para pessoas LGBTI+ periféricas. Essas produções refletem a complexidade das questões enfrentadas por essa população em territórios marginalizados.

No segundo dia, a favela será ocupada por uma ação itinerante de lambe-lambe, levando à comunidade dados alarmantes sobre violência, saúde, empregabilidade e renda da população LGBTI+. Esta ação visa não apenas informar, mas também engajar os moradores na luta por equidade e justiça social.

O encerramento do festival acontece no dia 26, com a tradicional Parada LGBTI+ da Maré, no Espaço Lazer (no Parque União - Maré), que este ano se transforma em um grande palco de talentos e manifestações culturais. Além da presença da Escola de Divines, o público terá ainda a apresentação de Drag Queens, show de talentos e a apresentação de artistas como Grupo Caju Pra Baixo, Grupo Fundamental,  Marcelle Motta, e mais. 

Todo o festival carrega a marca da trajetória de Gilmara Cunha, mulher trans e fundadora do Grupo Conexão G, cuja história é exemplo de resistência e transformação. Gilmara, reconhecida como uma das principais vozes trans no Brasil, lidera uma luta que ultrapassa as fronteiras da Maré, ressoa em todo o país e também internacionalmente. Sob sua liderança, o Grupo Conexão G se tornou uma referência de organização comunitária e protagonismo LGBTI+, criando espaços que ampliam a visibilidade e os direitos dessa população. A transformação da Parada LGBTI+ em um festival reforça o compromisso de resistir, celebrar e construir um futuro mais justo e inclusivo.

Dados do Observatório de Violências LGBTI+ em parceria com o Data Lab revelam o contexto desafiador enfrentado pelas pessoas LGBTI+ no Brasil, que lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans. Em territórios como a Maré, onde a exclusão social e a violência são ainda mais intensas, eventos como esse festival são fundamentais para dar visibilidade às demandas e fortalecer a luta por dignidade e cidadania. A 15ª Parada LGBTI+ da Maré é mais que um evento; é um ato de resistência, um grito de existência e uma celebração das conquistas da comunidade. É um convite para que todos reconheçam, respeitem e se unam à luta por um futuro em que ninguém mais precise gritar: “Muito Prazer, Eu Existo! Parem de nos matar!”.


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Lucas Mororo de Souza
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