13/01/2025 às 16h46min - Atualizada em 14/01/2025 às 20h09min

Cia. da Revista faz nova temporada do sucesso Tatuagem, adaptação teatral para o filme de Hilton Lacerda

Com direção de Kleber Montanheiro, espetáculo tem canções da banda As Baías na trilha sonora e transforma as instalações de todo o espaço do grupo.

POMBO CORREIO ASSESSORIA DE COMUNICAçãO
Jennifer Glass
 

A Cia. da Revista comemora seus 25 anos de trajetória com a estreia do musical Tatuagem, uma adaptação dirigida por Kleber Montanheiro para o longa-metragem que rendeu o Kikito de melhor filme ao cineasta recifense Hilton Lacerda no Festival de Cinema de Gramado, em 2013. 

O espetáculo volta em cartaz onde estreou, no Espaço Cia da Revista, no dia 1 de fevereiro de 2025. O musical venceu o Prêmio APCA de melhor direção e teve seis indicações ao Prêmio Bibi Ferreira, ganhando os prêmios de ator coadjuvante e arranjo original. 

O elenco conta com a participação de André Torquato / John Seabra, Bia Rezi, Cleomácio Inácio / Pedro Arrais, GuRezê / Victor Barreto, Júlia Sanchez / Larissa Noel, Lua Negrão, Lucas Truta / João Victor Silva, Mateus Vicente, Natália Quadros, Roma Oliveira / Raphael Mota e Zé Gui Bueno. Já a direção musical e os arranjos são assinados por Marco França e a produção pela Movicena Produções.

A trama acompanha a trupe teatral recifense Chão de Estrelas, que é liderada pelo extravagante Clécio Wanderley. Em uma noite, em 1978, os artistas recebem a visita do jovem Fininha, que é cunhado de Paulete, a estrela do grupo. Encantado com aquele universo marginal, o militar logo é seduzido pelo charmoso líder da companhia.

Os dois iniciam um tórrido relacionamento, que vai colocar Fininha diante de um grande problema: como viver esse amor e continuar trabalhando no repressivo ambiente militar em plena ditadura?

Algo curioso é que o Chão de Estrelas é inspirado no Teatro Vivencial, uma trupe pernambucana que fez sua arte nos anos de 1970 e 1980 e ficou conhecida por sua militância poética e como ícone da contracultura. E, de acordo com o diretor Kleber Montanheiro, o próprio trabalho feito pela Cia. da Revista tem muitas semelhanças com o do grupo retratado pelo filme.

“Nós todos temos essa ideia de junção de linguagens. A música sempre está muito presente em nossos espetáculos e exploramos outras possibilidades, como a dança, o circo, o circo-teatro e a própria revista como um gênero. Isso tem muito a ver com o Chão de Estrelas. E é interessante porque esse grupo estava inserido em um contexto de luta pela liberdade e nós estamos lutando para continuar com nosso espaço aberto, que ficou muito tempo fechado durante a pandemia”, compara o encenador.

Para transpor toda essa atmosfera criada pelo Chão de Estrelas no filme, a Cia. da Revista modificou até a estrutura de seu espaço. A plateia, por exemplo,  é acomodada em cadeiras e mesas de dois lugares e até o hall de entrada e a fachada do espaço foram repensados para lembrar a sede do grupo fictício.

Tatuagem é o segundo espetáculo da trilogia de peças “Conexão São Paulo-Pernambuco”, que teve início em 2021, com a estreia de Nossos Ossos, a partir do romance do escritor Marcelino Freire. 

Trilha sonora d’As Baías

Kleber Montanheiro conta que a ideia de montar a adaptação surgiu nesse período de isolamento, em um momento que ele estava revisitando obras que marcaram sua vida. Acho que a música acabou sendo o ponto de partida. Eu estava assistindo ao filme e notei que as canções d’As Baías se encaixavam perfeitamente em várias cenas. Tenho amizade com a banda, principalmente com a Assucena, pois dirigi o show da turnê “Mulher”, do primeiro disco delas. E parecia que as músicas tinham sido feitas para o filme”, comenta.

Embora a adaptação seja muito fiel aos diálogos do longa, a trilha sonora passou a incorporar as 23 canções de Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena - que ainda compôs mais uma música inédita, “Tatuagem”, como tema do espetáculo.

“Existem várias camadas da música dentro da peça. Como as canções das Baías não contam uma história com começo, meio e fim, mas falam sobre um tempo, muitas vezes, a música tem uma função narrativa. Às vezes, funciona como um pensamento de uma personagem, comenta uma ação anterior e até anuncia algo que está por vir”, acrescenta o diretor.

Sinopse

Recife, 1978. A trupe teatral Chão de Estrelas é liderada pelo extravagante Clécio Wanderley e tem Paulete como a principal estrela do grupo. Numa noite de show, eles recebem a visita do cunhado de Paulete, o jovem Fininha, que é militar. Encantado com o universo criado pela companhia, ele logo é seduzido por Clécio. Os dois iniciam um tórrido relacionamento, que coloca Fininha frente a um grande problema: lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura. Um espetáculo sobre o amor e a liberdade em tempos de opressão.

*

Atividades extras na Cia da Revista

“Entre drag queens e vedetes: as atualidades do teatro de revista no Brasil”, com Rita Von Hunty, 06/fev (quinta), às 19h.

“Encontro da Música com o Teatro”, com Assucena e Marco França -  12/fev (quarta), às 19h.

Oficina sobre dramaturgias musicais nos anos 1960 e 1970, com João Victor Silva, de 19 a 21 de fevereiro, das 19h às 21h.

Oficina de voz, com Natalia Quadros, em 10, 12, 14 e 15 de março, das 14h às 17h. Duração total de 12 horas.


 

FICHA TÉCNICA

Do filme de Hilton Lacerda

Adaptação, direção, cenários e figurinos: Kleber Montanheiro

Direção musical e arranjos: Marco França

Músicas: As Baías - Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena

Música composta - Tatuagem: Assucena

Iluminação: Gabriele Souza

Visagismo: Louise Heléne

Preparação Côco de Roda: Val Ribeiro 

Assistente de direção: João Victor Silva

Co-figurinista e direção de ateliê: Marcos Valadão

Costureira: Nonata Diniz

Aderecistas: Gustavo Zanela e Rebeca Oliveira

Cenotecnia: Evas Carretero

Pintura de telões: Victor Grizzo

Elenco: André Torquato/John Seabra, Bia Rezi, Cleomácio Inácio/Pedro Arrais, GuRezê/Victor Barreto, Júlia Sanchez/Larissa Noel, Lua Negrão, Lucas Truta/João Victor Silva, Mateus Vicente, Natália Quadros, Roma Oliveira/Raphael Mota e Zé Gui Bueno

Músico ensaiador: Gabriel Hernandes 

Guitarra: Canhestro

Bateria: Caro Pisco

Teclado: Wagner Passos

Baixo / Violão: Gabriel Hernandes

Projeto Feito Tatuagem: Louise Heléne e Sérgio Santoian
Fotos Feito Tatuagem: Sérgio Santoian

Fotos do elenco: Rodrigo Chueri 

Microfonista: Brenda Umbelino

Desenho de som: LABSOM - Kleber Marques

Direção de produção: Jota Rafaelli

Produção: Movicena Produções

Realização: Cia. da Revista

 

Tatuagem estreou no dia 14 de abril de 2022 no Espaço Cia. da Revista na Al. Nothmann, Santa Cecília - São Paulo.

 

Serviço:

1 a 24 de fevereiro na Cia da Revista (Alameda Nothmann, 1135 - Campos Elíseos, São Paulo)

Sábados, domingos e segundas às 20h

 

Plateia: R$ 40,00 (Inteira) /  R$ 20,00 (Meia Entrada)*

Mesa (Ingresso Individual): R$ 40,00 (Inteira) /  R$ 20,00 (Meia Entrada)

A mesa tem capacidade para 3 pessoas. Cada ingresso garante apenas 1 lugar na mesa

*(estudantes, idosos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência)

Vendas: Sympla

 

Classificação: 16 anos 

Duração: 135 minutos, com 15 minutos de intervalo


 

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DOUGLAS DE PAULA PICCHETTI
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