Pirenópolis (GO), dezembro de 2024 - Na noite do dia 9 de dezembro, a COEPi (Comunidade Educacional de Pirenópolis), no interior de Goiás, celebrou as realizações do Projeto Aflora durante 2024, desenvolvidas em parceria com o Ministério da Cultura (MinC), por meio do Programa Olhos D'Água, da Secretaria de Formação Cultural, Livro e Leitura (Sefli). A iniciativa fez parte da última edição do ano da Feirança, tradicional evento da COEPi e reuniu os trabalhos das oficinas do projeto, realizados entre abril a dezembro deste ano.
Nesta edição, a Feirança contou com a presença de Felipe Imídio dos Santos, servidor na SEFLI, do MinC em Brasília, que realizou uma visita técnica na COEPi ao longo do dia e prestigiou, à noite, os resultados das diferentes atividades da programação. A equipe de produção, gestão e coordenação das oficinas do Projeto Aflora conversou com o técnico do MinC sobre o andamento do projeto, as metas já atingidas, as conquistas vivenciadas desde o início da execução e tratou dos desafios para a manutenção destas atividades no futuro.
O evento, sempre aberto e gratuito ao público da cidade, ocupou todos os espaços da sede da COEPi, reunindo os alunos do Programa CriArte e das oficinas de mosaico, macramê, maracatu, dança contemporânea, serigrafia, agroecologia, capoeira, viola caipira e audiovisual, além de outros membros e apoiadores da comunidade local. “Toda a equipe de produção e gestão, de arte educadores e de oficineiros marcou presença com camiseta estilizada com logo do Aflora, produzida artesanalmente nas oficinas de serigrafia”, conta a gestora administrativa do Projeto Aflora, Patricia Ferraz.
Segundo a produtora executiva do Aflora, Talitha A. Ferreira, a Feirança fez um resgate do que foi produzido com os alunos neste ano. “Entre a diversidade de trabalhos apresentados, o público pôde conhecer mais sobre os animais do Cerrado com o “RapEmbolada”: vídeo resultado de um trabalho de alfabetização ecológica e artística feito com as turmas do CriArte, em parceria com o grupo Camerata Caipira e o rapper Gabriel Cabeça”, relata.
Outro destaque da programação foi o Espaço Demonstrativo de Agroecologia e o Museu Oca da Terra, que foram abertos para visitação, sob orientação dos curadores Jota Clavijo e Rogério Dias. As duas atividades são contempladas pelo Projeto Aflora.
A Feirança também é conhecida por números musicais e de dança. No coreto do espaço foi possível apreciar o desenvolvimento dos alunos da oficina de viola caipira e curtir a pista com o Baile Charme, comandado pela turma de dança contemporânea. “Além disso, a programação contou com roda de Capoeira Angola e a apresentação de Maracatu, com a participação de crianças, jovens e adultos, que trouxeram muito axé ao evento e a certeza de que é na diversidade que reside o potencial criativo e artístico de nossa comunidade”, destaca Isabella Rovo, coordenadora pedagógica das oficinas e do programa CriArte.
O evento também reuniu uma mostra das peças feitas em cerâmica e em macramê, além dos mosaicos com identidade local e cerratense, todos produzidos ao longo do ano no Projeto Aflora, que já soma mais de 460 horas-aula em atividades ofertadas. Alunos da oficina de audiovisual produziram vídeos de um minuto com suas impressões de temas escolhidos sobre o projeto, oficinas e COEPi.
“Contamos ainda com a participação especial da palhaça Malagueta, interpretada pela artista Fernanda Pimenta e com a venda de comidas feitas por pequenos produtores locais”, descreve Patrícia.
“A Feirança Projeto Aflora trouxe o espírito de coletividade e missão cumprida em 2024. Foi um ano de muito trabalho, muitos aprendizados e de muitas realizações, não só para a COEPi, mas para a nossa comunidade”, finaliza a gestora administrativa.
Inclusão e Arte para todos O Projeto Aflora oferece atividades gratuitas e de formação livre visando o contato de crianças, jovens e adultos com diferentes áreas das artes, da cultura e da ecologia. “Este trabalho visa contribuir para a formação integral, cidadã e ambientalmente responsável, propiciando equilíbrio emocional, desenvolvimento criativo e a descoberta de potenciais artísticos.” explica a coordenadora pedagógica Isabella Rovo.
Com o Projeto Aflora, a COEPi passa a integrar a Rede Nacional de Escolas Livres. Segundo publicação da EBC e do MinC, atualmente já são 68 instituições em todas as regiões do Brasil, abrangendo experiências pedagógicas e formações artísticas que promovem a diversidade e as práticas inclusivas em regiões com populações urbanas periféricas, comunidades quilombolas e indígenas, e em pequenas cidades do interior, como é o caso da COEPi. “Mais de 200 pessoas já participaram das atividades do Projeto Aflora, que seguirá em execução até meados do próximo semestre”, complementa a produtora executiva Talitha Ferreira.
A produtora ainda pontua que a instituição cumpre sua missão de promover o desenvolvimento integral do ser humano através da arte, cultura e meio ambiente. “Desenvolvemos uma metodologia integrada, conectando os alunos à natureza e à percepção do olhar ecopedagógico da existência”, finaliza.
DESTAQUE ”Este ano foi intenso
Um tanto mais aflorado
Cada canto da COEPi
Com arte pra todo lado
Que dois mil e vinte e cinco
Seja em dobro abençoado!”
Cordel escrito pela artista e coordenadora do CRIARTe, Isabella Rovo.