De tempos em tempos, a pauta ‘trabalho remoto' é alvo de discussões, tanto em debates empresariais quanto na mídia. Um exemplo disso foi um conteúdo recente que viralizou, cujo título foi “Profissionais remotos estão tirando férias clandestinas durante o trabalho", aquecendo o debate sobre o tema e trazendo à tona as reais condições e desafios enfrentados por quem trabalha fora do ambiente tradicional de escritório. Mas, afinal, como funciona o trabalho remoto? Existe uma estrutura ideal para seu pleno funcionamento?
Saúde mental, rotina equilibrada, produtividade e gestão de tempo, uso de tecnologia e ferramentas adequadas, engajamento de equipes e estruturação do modelo home office são alguns dos desafios do trabalho remoto. No entanto, quando se fala de adaptação das empresas, o principal deles é o comprometimento da equipe.
Comprometimento e flexibilidade
A líder do time de People da Huggy, Ramile Barbosa, conta que a startup começou suas atividades de forma presencial e hoje opera de forma 100% remota, com colaboradores espalhados por todo o país.
"O comprometimento é realmente algo essencial. E, claro, isso envolve todas as esferas da empresa. Não importa se o colaborador está trabalhando em um coworking, em casa ou onde ele escolher, o que importa é que as demandas sejam entregues no prazo e com a qualidade esperada”, disse Ramile.
Outro ponto é lidar com diferentes tipos de comportamentos. Quando se fala em pessoas, o desafio é saber dialogar com diferentes gerações, uma responsabilidade a mais para quem está à frente do time de People.
“Precisamos entender que estamos lidando com pessoas, que cada uma é de um jeito e nós, como líderes, temos que respeitar e construir uma relação de confiança com os colaboradores. É tudo sobre pessoas", completou.
Ações para saúde mental e bem-estar
Manter a saúde mental e o bem-estar físico dos trabalhadores remotos também é um desafio que exige ações constantes. A sensação de isolamento, a falta de separação entre trabalho e vida pessoal e o aumento de carga horária são fatores que podem causar grandes danos à saúde.
Uma pesquisa realizada pelo LinkedIn revelou que 62% das pessoas se sentem mais ansiosas e estressadas com o trabalho remoto. Isso mostra a necessidade de ações e programas de apoio psicológico, flexibilidade de horários e pausas regulares para garantir que seus colaboradores permaneçam saudáveis e produtivos dentro das empresas.
“Na Huggy, nosso time sempre busca ações que incentivem os cuidados. Promovemos bate-papos sobre saúde mental com psicólogos e implementamos o projeto ‘Huggy Move’, uma iniciativa do time de People focada na promoção e cuidados com a saúde e o bem-estar dos colaboradores que trabalham remotamente”, compartilha a Líder de People, Ramile.
Produtividade e gestão de tempo
A produtividade no trabalho remoto depende muito da capacidade de autogestão dos colaboradores e de como os líderes trabalham com suas respectivas equipes. Claro que ferramentas que facilitam a organização e a comunicação entre os colaboradores são indispensáveis.
Além disso, um outro fator que interfere na produtividade é a escolha do ambiente para trabalhar. Algumas pessoas aproveitam a liberdade geográfica do remoto e optam por lugares mais próximos da natureza, como é o caso de Carlos Aguiar, desenvolvedor.
“Sinto que realizei o sonho de ter uma vida menos urbana, mais contemplativa, onde posso ter maiores momentos de inspiração para o meu trabalho. Morar em uma cidade pequena, porém vizinha de um grande centro, é uma ótima estratégia para quem quer ter um pouco mais de experiência na natureza sem ser prejudicado pela falta de recursos que as demandas modernas exigem”, disse Carlos.
“Quando estou pensando sobre uma tarefa e os meios de resolvê-la, paro, respiro, olho o campo e me desconecto para reconectar com maior clareza”, completou.
Engajamento de equipe e cultura organizacional
Manter o engajamento de equipes remotas requer esforço contínuo. Ações internas, como reuniões virtuais regulares, eventos online e reconhecimento do trabalho bem feito, são estratégias que podem gerar engajamento e resultados nas equipes remotas.
"Precisamos criar um ambiente onde todos se sintam parte da equipe, mesmo estando fisicamente distantes, o que é desafiador para nós, que temos uma equipe 100% remota. Mas com planejamento, escuta e ações internas, conseguimos criar um ambiente engajado", destaca Ramile Barbosa.
Remoto ou Presencial
Vemos constantemente exemplos de profissionais que trabalharam durante anos de forma presencial e, após a experiência com o remoto, encontraram maiores benefícios em comparação ao presencial.
A rotina do online acaba ganhando, principalmente em grandes metrópoles, já que o tempo gasto no deslocamento para o trabalho presencial pesa muito, como é o caso de Victoria Linard, analista de conteúdo.
“Trabalhei presencialmente durante seis anos e era bem tranquilo, sentia que tinha uma rotina bastante funcional. Porém, em setembro de 2021, comecei a trabalhar remotamente - e assim estou até hoje, pois descobri a rotina que me contempla”, disse Victoria.
“O trabalho remoto me trouxe a possibilidade de fazer refeições sem correria, consegui ter mais silêncio e concentração nas tarefas, além de não precisar enfrentar trânsito na volta pra casa e, consequentemente, ter mais tempo livre”, completou a analista.
Enquanto se discute se o trabalho remoto é melhor que o presencial e vice-versa, podemos perceber que o principal de tudo está na rotina que mais se adequa a pessoa. Um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrou que 73% dos trabalhadores remotos brasileiros são mais felizes trabalhando de casa, reforçando que o modelo pode ser sustentável e produtivo. Porém, é preciso saber equilibrar a rotina para que, mesmo trabalhando de casa, ela seja equilibrada.
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Karine Mascarenhas de Almeida
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