12/11/2024 às 22h13min - Atualizada em 15/11/2024 às 00h13min

Equipamentos para atualizar supercomputador Santos Dumont chegaram a Petrópolis nesta terça-feira

Foram necessários 11 meses trabalhando na logística para que os equipamentos fossem importados da França em segurança, íntegros e liberados no Brasil

Chris Coelho Comunicação e Assessoria de Imprensa
Divulgação
Os 45 volumes que armazenam os equipamentos que compõem o supercomputador Santos Dumont 2024 chegaram ao Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis nesta terça-feira, 12, às 13h, depois de duas horas de viagem desde que  saíram do RIOgaleão Cargo. Adquirido pelo LNCC através de um contrato de financiamento pela Petrobras, os equipamentos tiveram um custo de  de US$ 19,4 milhões. E, para atender todas as especificidades da carga e exigências do seguro internacional contratado, a B&A Logística Internacional começou a planejar e trabalhar na logística de importação e transporte das cerca de 20 toneladas de equipamentos, em janeiro de 2024.

Quando a carga foi liberada pela empresa Eviden, linha de negócios líder do Grupo Atos em computação avançada, que fica na França e desenvolveu o supercomputador Santos Dumont, todo o processo para importação e transporte já estava planejado.

O trabalho internacional

No dia  05 de novembro, Valeria Barbosa e Thiago Amorim,  CEOs da B&A Logistica Internacional viajaram para Angers, na França para despacharem a mercadoria. “Nosso trabalho começa na análise documental para que quando chegue a hora de liberação alfandegaria junto à Receita Federal esteja tudo correto, assim como são verificadas as embalagens antes do embarque na origem para que não dê problemas e gere atrasos na vistoria do Ministério da Agricultura e Pecuária, bem como todas as certidões para liberação junto a Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro (SEFAZ). A análise de todos os documentos é primordial para que nenhuma etapa do processo seja comprometida, por isso fomos monitorar pessoalmente toda operação de liberação da mercadoria pela empresa”, explica Valéria Barbosa.

Foi nesse processo que eles encontraram um dos obstáculos enfrentados nesse trabalho: conseguir coletar a carga na fábrica no mesmo dia em que ela ficou disponível e chegar em tempo de despachar no aeroporto de Paris, uma distância de quatro horas de viagem. “Isso aconteceu na sexta-feira e tínhamos horário de entrega da mercadoria no setor de cargas do aeroporto de Paris. Foi um momento de apreensão, já que a companhia aérea não poderia receber durante o final de semana e estávamos com o voo marcado para a manhã de domingo na aeronave fretada. Mas, tudo deu certo”, comemora a CEO da B&A Logística Internacional.

E o receio de perder o voo contratado tinha razão de ser, pois não há mais aeronaves cargueiras fazendo transportes de Paris para o Rio de Janeiro. A solução foi conseguir uma aeronave que tivesse disponibilidade de trazer a carga, que tem um seguro internacional exigente e não pode ter escalas, precisa ter voo direto. Além disso, a mercadoria não pode ser empilhada para não haver danos. “A escolha do Boeing 767 pela Amerijet International como avião de transporte foi estratégica, tendo em vista a necessidade de um voo charter com capacidade para grandes volumes e alta tecnologia”, explicou ela.

O voo decolou do Aeroporto de Paris Charles de Gaulle na manhã de domingo, 10, e chegou ao RIOgaleão Cargas na madrugada desta segunda-feira, 11. Representantes das empresas envolvidas na importação dos equipamentos receberam a mercadoria no local. Durante todo o dia, a equipe da B&A Logística Internacional trabalhou na libertação da carga junto a Alfândega Brasileira, Ministério da Agricultura e Pecuária e demais órgãos e conseguiu a resposta positiva no final do mesmo dia.

Transporte para Petrópolis

O transporte dos volumes para Petrópolis, na manhã desta terça-feira, foi realizado por um comboio, composto por três caminhões pneumáticos, três carros de escolta e dois veículos de apoio para empilhadeiras. Por tratar-se de uma carga sensível e pesada, a velocidade máxima do comboio foi de 60 km/h. No entanto, para minimizar o impacto no tráfego, foi permitida a ultrapassagem, pois cada caminhão contou com escolta individual.

E a chegada ao LNCC foi comemorada por todos os envolvidos. “Foi uma operação de logística gigantesca, com muitas exigências e detalhes. Tivemos que planejar meticulosamente cada fase do processo. E nos sentimos muito felizes em termos entregado com segurança os equipamentos do supercomputador Santos Dumont, que vai aumentar sua capacidade de realizar os trabalhos de tantas pesquisas importantes para todo o mundo”, comemora Valéria Barbosa.

“A logística para trazer uma máquina dessa, com cerca de 20 toneladas e custo de aproximadamente R$ 100 milhões, é uma coisa bem complexa. No meu ponto de vista o trabalho de logística foi conduzido com excelência”, reconhece Wagner Léo, Coordenador da área de tecnologia do LNCC.

O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), através de Acordo de Cooperação entre as Unidades de Pesquisa, atuou como o executor da importação – prestando apoio desde as primeiras etapas do processo, como documentação e análise de custo, controle de produção até a prontidão da carga, para então repassar à empresa parceira responsável pela a liberação, logística de entrega e desembaraço. A B&A Logística venceu a licitação feita pelo Centro em 2018 e em 2023, e desde então é responsável pelos processos de logística de produtos importados e exportados por ele e pelos Institutos e Laboratórios vinculados.

A B&A Logística Internacional

Com seus CEOs Valéria Barbosa e Thiago Amorim tendo mais de 25 anos de experiência, a B&A Logística Internacional, fundada em 2009, atende grandes empresas de diversos setores como laboratórios, museus, varejo e Oil & Gas e oferece soluções logísticas personalizadas para enfrentar a complexidade do comércio global, sempre com foco na eficiência, confiabilidade e entrega pontual.

Além disso a empresa é parceira da WCA Inter Global, garantindo excelência e acesso estratégico aos mercados mundiais para nossos clientes.

O supercomputador Santos Dumont

O supercomputador Santos Dumont, instalado desde 2015 no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), recebeu os novos equipamentos, adquiridos através de projeto de cooperação com a Petrobras, desenvolvidos pela empresa Eviden, linha de negócios líder do Grupo Atos em computação avançada, devem chegar ao Brasil no dia 11 de novembro.

Em 2019, com a iniciativa do consórcio de Libra, liderado pala Petrobras, o Santos Dumont aumentou sua capacidade para conduzir a comunidade científica para um novo patamar de pesquisa e desenvolvimento e, agora, a atualização do equipamento permitirá que mais projetos de pesquisa brasileiros possam ser atendidos e aqueles, que já usam o Santos Dumont, possam concluir mais rapidamente suas simulações e análises de dados, ou seja, a ciência brasileira poderá avançar mais rápido e em mais áreas do conhecimento. Essa atualização se tornou a primeira etapa do audacioso e consistente Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA).

O que difere um computador de um supercomputador é a capacidade para atender a projetos de grande escala, ou seja, são Petascala, sistemas de computação capazes de calcular pelo menos 10 elevado a 15 operações matemáticas de ponto flutuante por segundo (1 peta = 1 quatrilhão), usados para processamento de cálculos complexos e tarefas extensas, empregados em pesquisas científicas com grandes volumes de dados.

O Santos Dumont mudou a forma como muitos cientistas brasileiros trabalham e exemplo disso, são as pesquisas para a criação de vacinas. Uma vacina é normalmente desenvolvida em três etapas. Na primeira (etapa pré-clínica), uma vacina é testada em animais, e para acelerar o desenvolvimento dessa etapa, um computador pode ser utilizado para simular esses testes, de forma muito mais rápida e sem o envolvimento de animais, eliminando rapidamente vacinas candidatas que não se comportam bem já nessas simulações. E para uma simulação desse tipo é necessário o uso de um supercomputador como o Santos Dumont.

Antes do Santos Dumont, os cientistas precisavam recorrer a supercomputadores de instituições no exterior para fazer essas simulações, aumentando o custo de produção das vacinas. O mesmo vale para várias outras áreas, como aviação e energias renováveis, por exemplo. Qualquer cientista brasileiro que apresente um projeto, em que fique clara a necessidade de usar um supercomputador com a capacidade do Santos Dumont, pode utilizá-lo.

Com a atualização, o Santos Dumont estará de volta ao Top 500 do Mundo como o mais rápido computador da América Latina dedicado à pesquisa científica, e trará três grandes benefícios para a comunidade científica nacional: ampliar a capacidade de atender um número maior de projetos científicos; expandir a capacidade de atender os projetos atuais viabilizando simulações numéricas de fenômenos físicos, econômicos ou sociais mais complexos e treinamentos de sistemas de inteligência artificial mais sofisticados; e ainda permitir que os projetos que já estão em andamento ou que venham a entrar, futuramente, no sistema possam receber um retorno mais rápido dos resultados de suas simulações e análise de dados.

Com o aumento da capacidade do Santos Dumont a ciência brasileira poderá avançar mais rápido e em mais áreas do conhecimento!

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CHRISTIANE PEREIRA COELHO
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