A inteligência artificial generativa (IAG) está mudando significativamente o campo acadêmico. Como especialista em tecnologia, percebo a IAG como uma ferramenta criativa, mas estamos diante de uma escolha crucial. Esta tecnologia pode ser extraordinária para ampliar o conhecimento humano e promover o progresso, mas o preço de sua má utilização é a decadência da sabedoria.
Esses sistemas permitem acessar, processar e criar informações com uma velocidade nunca vista. A promessa é tentadora: simplificar a pesquisa, automatizar a produção de trabalhos e expandir o conhecimento. No entanto, em meio a esse avanço, uma sombra se levanta – o “crescimento da burrice natural”, uma consequência preocupante da dependência excessiva da IAG.
Como Sócrates nos alertaria, conhecimento não é apenas informação acumulada; é uma jornada intelectual, alimentada pelo questionamento e pela reflexão crítica. A IAG, por mais poderosa que seja, não pode substituir a profundidade do pensamento humano. Ela responde a perguntas, mas não ensina a perguntar. E, sem o exercício do pensamento crítico, corremos o risco de gerar uma sociedade passiva, onde as respostas fáceis suprimem a necessidade de compreensão.
A originalidade surge do esforço e da frustração, não da comodidade. Ao deixarmos que a IAG faça o trabalho árduo por nós, perdemos a oportunidade de enfrentar desafios intelectuais que cultivam a verdadeira inovação. O acesso fácil a respostas prontas está atrofiando nossa capacidade de ler profundamente, estudar minuciosamente e refletir criticamente. Estamos testemunhando o crescimento de uma geração que confunde informação com conhecimento e facilidade com competência.
Precisamos lembrar que, embora a IAG possa amplificar nossas capacidades, o verdadeiro poder ainda reside no esforço humano. Se essa não for uma premissa clara, cultivaremos uma geração que, embora cercada de informações, boas e ruins, não sabe mais como pensar de maneira significativa.
O crescimento da inteligência artificial generativa deve caminhar lado a lado com a preservação de nossas habilidades cognitivas, ou veremos um aumento inevitável da burrice natural.
*Armando Kolbe Junior é professor do Ensino Superior e Coordenador dos Cursos de Administração, Contábeis e Análise e Desenvolvimento de Sistemas no Centro Universitário Internacional Uninter. Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento.
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VALQUIRIA CRISTINA DA SILVA
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