06/11/2024 às 16h37min - Atualizada em 07/11/2024 às 04h01min

DT Investimentos: mais um caso clássico e criminoso de pirâmide financeira

Operação da Polícia Civil busca desarticular esquema que já causou cerca de R$ 2,5 milhões de prejuízo para investidores que viraram vítimas de golpe

FERREIRA ANTUNES
Divulgação

No último dia 31 de outubro, a Polícia Civil de Mato Grosso (MT), deflagrou a Operação Cleópatra, com o objetivo de cumprir diversos mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e valores, além de um de prisão e mandado de suspensão de atividades econômicas fraudulentas, usadas para camuflar mais um esquema de pirâmide financeira no país, que resultou prejuízos estimados em R$ 2,5 milhões. Por trás de tudo isso, está a DT Investimentos, liderada pela empresária Taiza Tosatt Eleoterio da Silva, que se apresentava como especialista na área para atrair investidores e fazer dezenas de vítimas.

“A sua forma de atuação se assemelha aos demais casos de pirâmide financeira praticados no país. A isca era usar as redes sociais para atrair investidores com a promessa de altos retornos financeiros, de 2% a 6% ao dia, algo absolutamente impraticável neste mercado. Mas, dezenas de pessoas em Cuiabá e outras cidades do MT caíram no conto e, assim, a DT Investimentos se fez”, explica Jorge Calazans, advogado especialista na área criminal, conselheiro estadual da Anacrim e sócio do escritório Calazans & Vieira Dias Advogados, com atuação na defesa de vítimas de fraudes financeiras.

De acordo com Calazans, o marketing agressivo usado por Taiza potencializava a atração das vítimas. “Ao apresentar nas redes uma vida de sucesso, mostrava que os investidores poderiam seguir o mesmo caminho, com lucros elevados de acordo com o aporte financeiro. Isso fez com que vítimas chegassem a investir valores elevados, alguns ultrapassando os R$ 100 mil, incentivados pelo fato de, nos primeiros meses do golpe, terem recebido pagamentos da empresa fraudulenta”.
Após os meses iniciais de recebimentos, contudo, a empresa deixou de pagar e passou a inventar diversas desculpas para o não pagamento, enquanto a líder do esquema buscava se distanciar das pessoas que foram feitas vítimas.

Com a Operação Cleópatra, a empresária foi presa e teve diversos bens apreendidos. As investigações policiais seguem em curso e o advogado Jorge Calazans faz o alerta: “a Operação Cleópatra trouxe à tona mais uma pirâmide financeira que afetou milhares de investidores da DT Investimentos. É essencial que essas vítimas busquem apoio para fazer uma denúncia formal na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) do estado e, mais importante, contem com auxílio jurídico especializado para reaver seus investimentos.”

 

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CAIO FERREIRA PRATES
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