FreepikO câncer de mama é uma das principais causas de mortalidade entre mulheres no Brasil, sendo o tipo mais frequente após o câncer de pele, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Até o final de 2024, estimam-se 73,6 mil novos casos da doença, resultando em um risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres.
Diante desse cenário, inovações tecnológicas têm se mostrado fundamentais no combate ao câncer de mama, oferecendo novas ferramentas para diagnóstico precoce e tratamento para melhorar as taxas de sobrevivência e a qualidade de vida das pacientes.
Inteligência artificial fortalece combate ao câncer de mama no Brasil
O avanço tecnológico tem se consolidado como uma ferramenta essencial no diagnóstico precoce de doenças como o câncer de mama. De acordo com um relatório da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), entre 2013 e 2023, o número de diagnósticos por imagem cresceu consideravelmente, com a instalação de 2,6 mil novas unidades no Brasil. No entanto, o crescimento do número de médicos não acompanhou essa expansão, gerando sobrecarga de trabalho para os profissionais e, consequentemente, maior risco de atrasos na entrega de laudos e erros diagnósticos.
Para enfrentar esse desafio, a inteligência artificial (IA) tem se tornado uma aliada indispensável para diversas instituições clínicas. Ainda em fase de testes em instituições de saúde, o modelo é complexo e depende de fatores como equipamento, posicionamento e densidade da mama. Ainda sim, segundo informações da Pixeon, empresa de tecnologia em sistemas de gestão para a saúde, a IA desempenha um papel crucial no gerenciamento da fila de trabalho dentro de uma Central de Laudos, por exemplo, sinalizando achados relevantes, realizando marcações automáticas nas imagens e destacando áreas de interesse. Além disso, a IA automatiza cálculos complexos, utilizando machine learning para aumentar a precisão dos diagnósticos.
Claudia Albuquerque, especialista em produtos, é quem treina a inteligência artificial da Pixeon em uma clínica de renome da região de Campinas em São Paulo. Ela destaca que os métodos de treinamento e aplicação de IA têm mostrado resultados promissores, aumentando a confiança dos médicos nas leituras realizadas. A colaboração entre a experiência clínica e as capacidades da IA tem se revelado crucial, especialmente em um país com diversidade racial como o Brasil, onde as características anatômicas podem variar amplamente. “A inteligência artificial é uma ferramenta que não substitui o olhar clínico, mas que, ao lado do médico, oferece um suporte valioso para a detecção precoce de alterações e lesões, permitindo um diagnóstico mais seguro e um tratamento eficaz”, reforça Claudia.
De fato, os estudos conduzidos pela Pixeon mostram resultados expressivos a partir do uso de algoritmos de IA em diagnósticos por imagem, é possível, por exemplo, observar: economia de mais de 35% no tempo de análise, redução de 67% nos falsos negativos e, em exames de mamografia, especificamente com os recursos de Segmentação de achados mamários, foi possível identificar uma sensibilidade de 98% e especificidade de 98% na Classificação de Densidade e Malignidade.
Nactacha Chaves, coordenadora de produto e inteligência da Pixeon, destaca a importância da solução Pixeon Lumia, que atua como um hub de IAs conectando-se aos sistemas de diagnóstico por imagem. A tecnologia facilita a análise de exames, como a mamografia, identificando automaticamente a classificação Bi-RADS (que categoriza lesões mamárias) e comparando exames anteriores com os atuais. "Essas inovações são cruciais para a detecção precoce, permitindo um tratamento mais eficaz. Além de aumentar a precisão, a IA também otimiza o fluxo de trabalho dos profissionais de saúde, agilizando a análise e a entrega dos exames, beneficiando diretamente os médicos que realizam os laudos e, principalmente, os pacientes”, afirma.
Inovação na gestão pública com com sistemas que melhoram detecção do câncer de mama
Uma solução criada para gestão pública de saúde municipal é outro exemplo de como o avanço tecnológico pode contribuir para a prevenção e tratamento precoce do câncer de mama. Desenvolvida pela Betha Sistemas, a ferramenta inclui, entre suas funcionalidades, a possibilidade de rastrear pacientes vinculadas à rede de saúde que já passaram por atendimento médico mas que ainda não fizeram o exame de mamografia. “Por meio da ferramenta, os profissionais de saúde conseguem fazer o que chamamos de ‘busca ativa’ pelas pacientes com orientação de realizar o exame”, ressalta Maitê Gabriel dos Passos, analista de produtos de Saúde da Betha.
O sistema, atualmente em operação em 137 municípios de 13 estados do país, realiza uma espécie de “varredura”, a partir da aplicação de filtros como idade, localização e período de tempo decorrido desde a realização do último exame. “Após a pesquisa, a plataforma relaciona as pacientes e apresenta seus respectivos prontuários e cadastros, por meio dos quais os profissionais conseguem entrar em contato para agendar o exame”, detalha Maitê.
Além de auxiliar na prevenção, a ferramenta de saúde também contribui para dar mais celeridade ao atendimento de pacientes diagnosticadas com a doença ou de casos suspeitos. “O sistema possui rotinas específicas e integradas para indicação clínica de mamografia, por exemplo”, reforça a analista da Betha.
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MONICA MILIATTI DE MOURA
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