21/10/2024 às 22h10min - Atualizada em 23/10/2024 às 00h00min
Optar por demissão silenciosa coloca em risco a carreira da pessoa e seu próprio desenvolvimento profissional
Escolha de fazer só mínimo necessário ou operação “tartaruga” para manter cargo, devido à insatisfação com cargo ou salário ou outras questões, afeta desempenho e vida pessoal do talento, performance de toda a equipe e dos negócios da empresa. O melhor é resolver a questão conversando com a empresa ou pedir demissão efetiva para buscar nova oportunidade
CLEZIA MARTINS GOMES
www.buttiinimoraes.com.br
Divulgação A expressão "quiet quitting" é empregada a profissionais que trabalham o mínimo necessário, apenas para manter o emprego e não terem de se demitirem formalmente. É uma forma de "desistir silenciosamente" do trabalho, cumprindo obrigações sem qualquer proatividade e com mínimo esforço para ir além, é trabalhar conforme remuneração recebida. A proposta de trabalhar conforme remuneração recebida, à primeira vista, parece atraente, no entanto, essa maneira insensata de “desistir silenciosamente” do emprego por não se sentir feliz e motivado pode gerar sérias consequências não somente para a empresa, mas principalmente para o talento. “Essa é uma opção que não tem uma causa única, ao contrário resulta de um conjunto de situações que podem provocar essa reação, como, por exemplo, salários e benefícios insatisfatórios, falta de reconhecimento, cultura e clima organizacional ruim, sobrecarga, desequilíbrio na vida pessoal e no trabalho, entre outras”, acredita Neide Leite Galante, Head de Recursos Humanos, Gestão e Desenvolvimento de Pessoas do ButtiniMoraes Advogados. Apesar da incerteza de quando se originou, o termo "quiet quitting" é bastante recente, e foi amplamente debatido nas redes sociais em 2021 e no início de 2022. Alguns especialistas afirmam que é uma reinterpretação de conceitos já existentes em estudos do trabalho e da psicologia organizacional, mas independentemente do ano exato de sua origem, este termo ganhou força logo depois da pandemia da COVID-19. Vários fatores podem ter contribuído para essa tendência, como, por exemplo, o aumento do estresse do trabalho remoto, redefinição de prioridades, dificuldade de lidar com as rápidas mudanças, desconexão com os colegas de trabalho e estresse por múltiplas tarefas e responsabilidades. “O fato é que essa nova tendência pode gerar muitos riscos para a carreira e consequências no ambiente de trabalho, é uma postura que pode ser muito mais prejudicial para o próprio trabalhador do que para a empresa”, afirma Neide. Do ponto de vista do profissional, ao se distanciar das responsabilidades, a pessoa perde oportunidades de aprender, crescer e desenvolver novas habilidades, fica estagnada na carreira ou, até mesmo, acaba dificultando uma eventual recolocação no mercado de trabalho, visto que algumas empresas podem entender o quiet quitting apenas como um sinal de falta de responsabilidade e comprometimento. “Se a causa raiz desses sentimentos não for identificada e solucionada, além de prejudicar a carreira, o problema pode se arrastar para outros aspectos da vida pessoal”, adverte a especialista do ButtiniMoraes. Já no ambiente de trabalho, essa postura pode afetar a equipe como um todo, despencando a produtividade, atrasando prazos e prejudicando a qualidade dos trabalhos. Os profissionais que continuam se esforçando precisam compensar o trabalho daqueles que não estão se dedicando. Isso pode gerar conflitos e ressentimentos e um clima organizacional negativo de desconfiança e falta de colaboração entre os colegas. A carreira e o desenvolvimento profissional são um processo contínuo que exige tempo, dedicação e proatividade. O quiet quitting pode ser um atalho de curto prazo, que a longo prazo pode trazer consequências negativas para o desenvolvimento na carreira e na vida pessoal. “Ao invés de adotar esta estratégia, eu recomendo que o colaborador se comunique abertamente com o gestor e busque a melhor solução. Se estiver convicto de que a única opção é se desligar, o ideal é fazer isso de maneira responsável e profissional, avisando com antecedência e cumprindo com suas responsabilidades até o último dia de trabalho”, recomenda Neide. Embora a tendência seja um fenômeno relativamente novo, já tem um impacto significativo no mercado de trabalho. As empresas estão procurando maneiras de lidar com a situação, abrindo canais de comunicação para que os funcionários possam expressar suas preocupações, oferecendo oportunidades de desenvolvimento profissional e contribuindo para que estejam mais engajados e motivados no trabalho. Enfim, estão tomando medidas para promover um ambiente positivo e acolhedor, de forma que aumente a satisfação e o equilíbrio na vida profissional e pessoal de seus empregados. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
Clezia Martins Gomes
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