Divulgação Mais uma vez, este ano não terá o horário de verão. Em decisão anunciada na tarde desta quarta-feira (16), pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a justificativa foi que não haveria tempo hábil para viabilizar o horário de verão no período mais crítico, de 15 de outubro a 30 de novembro.
Segundo o Governo Federal, é nesta época que aumenta o consumo de energia e os reservatórios ficam em níveis mais baixos. O presidente Lula já havia sinalizado também que caso o horário de verão fosse aprovado, a medida só seria implementada após o 2º turno das Eleições, marcado para 27 de outubro.
Desde a extinção do horário de verão, em 2019, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) se mostra favorável ao retorno da medida. Para o diretor da Abrasel SP Núcleo Baixada Santista, Guilherme Karaoglan, a mudança no Litoral Paulista era bem-vinda. "Além da economia na conta de energia, o horário de verão também aumenta o movimento nos bares e restaurantes, já que os dias ficam mais longos e as pessoas aproveitam mais o tradicional happy hour".
Já para Luan Paiva, também diretor da Abrasel SP Núcleo Baixada Santista, o adiamento do anúncio já era um sinal de que a medida não seria implementada. "Tivemos eleições e adiamentos por parte do Governo. Acredito que a medida seria muito benéfica para os comerciantes, mas vamos ter que torcer para que no ano que vem, este planejamento seja feito e implementado".
Benefícios ignorados, segundo Abrasel O presidente nacional da Abrasel, Paulo Solmucci também criticou a medida. Para a associação, a decisão desconsidera os importantes benefícios econômicos, sociais e ambientais que a medida traria para o país, especialmente no atual cenário, onde há tarifas elevadas de energia e pressão sobre o sistema elétrico. "A economia apontada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), de 2,9% no consumo de energia, não pode ser ignorada. Surpreende-nos que, num cenário em que cada economia é importante para o consumidor brasileiro, o ministro considere irrelevante essa economia de energia. As tarifas estão cada vez mais caras, e sempre existe algum risco no fornecimento", comenta Solmucci.
A Abrasel também destaca que o horário de verão geraria um aumento significativo no faturamento do setor de bares e restaurantes. "Estimamos que a extensão das horas de luz natural entre 18h e 21h resultaria em um crescimento de até 50% no movimento nesse período, o que levaria a um aumento de 10 a 15% no faturamento mensal dos estabelecimentos", ressalta Percival Maricatto, diretor institucional da Abrasel SP.
Uma pesquisa feita pela Abrasel com 3 mil pessoas, apontou que 54,9% das pessoas eram favoráveis ao adiantamento dos relógios, destes, 41,8% disseram que são totalmente favoráveis e 13,1% são parcialmente favoráveis. Dados da Abrasel também apontam que o horário de verão pode elevar o faturamento em até 15% e gerar economia na operação.
Sobre o horário de verão A ultima vez que o horário de verão foi implementado foi em 2019. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, o horário de verão foi instituído pelo Decreto nº 6.558, de 08 de setembro de 2008, modificado pelo Decreto nº 9.242, de 15 de dezembro de 2017 e funcionava assim: a partir de zero hora do primeiro domingo do mês de novembro de cada ano, até zero hora do terceiro domingo do mês de fevereiro do ano subsequente, em parte do território nacional, adiantada em sessenta minutos em relação à hora legal. No ano em que tinha coincidência entre o domingo previsto para o término da Hora de Verão e o domingo de Carnaval, encerrava no domingo seguinte.
Ele era aplicado nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. O Horário de Verão também era adotado em países como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai.
O Horário Brasileiro de Verão foi instituído durante a gestão de Getúlio Vargas, em 1931 e 1932, mas só passou a ser adotado sem interrupções a partir de 1985, com o fim da ditadura militar. Ao longo do tempo, ocorreram alterações sobre os estados e as regiões que o adotaram.
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RAFAELLA FLORENCIO FERREIRA
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