James Crompton/Sindi Clubes
Natalia Timerman posa com seu livro “As pequenas chances”.
Foto: James Crompton
No dia 26 de setembro, a escritora e médica psiquiatra Natalia Timerman foi a convidada do Encontro com Escritora do Sindi Clubes SP - Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo. A conversa foi mediada por Alicia Stiubi, na nova sede do Sindi Clubes e enfatizou sobre os processos de escrita que a autora utilizou para seu livro As pequenas chances, obra discutida no encontro.
Autora também de Copo vazio, Desterros: histórias de um hospital-prisão e Rachaduras, Natalia é destaque na literatura contemporânea por seu estilo de escrita e o modo sensível com que trata de assuntos complexos, como a morte do pai, que é tema central em As pequenas chances.
"Receber a escritora Natalia Timerman em nosso encontro foi uma oportunidade ímpar para todos os presentes. Suas reflexões sobre a vida, a memória e o luto trouxeram uma profundidade única para o evento, além de uma conexão muito pessoal com os leitores. Natalia compartilhou não apenas sua trajetória como escritora, mas também uma visão íntima e sensível de suas obras, algo que enriqueceu o diálogo e inspirou todos nós. Esses encontros literários são uma maneira especial de promover a cultura em nossos clubes e criar momentos que ficam na memória de todos os participantes,” comenta Paulo Movizzo, presidente do Sindi Clubes.
Neste encontro no Sindi Clubes, a autora falou sobre a narrativa de filiação que ela explica como “uma recolha, é um livro que uma pessoa precisa escrever sobre um ancestral que ela não consegue escrever porque escapa, mas que ela precisa escrever. É um livro lacunar que se encaixa mal ao modelo romanesco”, explica. Natalia destaca que prefere esse termo ao de autoficção.
Sobre a literatura que escreve, Natalia confessa que sua leitura é sempre acompanhada de um lápis. Para ela, a anotação é uma forma de escrever também e de desenvolver ideias enquanto caminha pela história que lê. Timerman relatou que a única exceção foi com a leitura de Morreste-me, de José Luís Peixoto, lido durante a internação do pai.
A autora faz uma relação entre memória e ficção, afirmando que “às vezes esqueço o que eu vivi e escrevi. A memória é traiçoeira, além de serem muito próximas uma da outra.” E foi nessa mistura que a escritora escreveu As pequenas chances, que ela admite ter mexido com seus sentimentos, enfatizando como a literatura é feita de marcas. “A gente tende a achar que a literatura só cabe o que é grandioso. O romance é o lugar do mundano, dos detalhes, da vida comum, do cotidiano”, explica.
No encontro, Natalia comentou também sobre o crescimento de médicos publicando romances. Para ela, que hoje atende em consultório, no entanto, ser médica não está acima da escrita. “Eu sempre sonhei em ser escritora, mais do que ser médica”, revela.
Seguindo na mesma linha de As pequenas chances, Natalia já trabalha na produção de um livro para falar sobre a mãe, que ainda não tem data de lançamento. Após a conversa, ela respondeu perguntas dos participantes, deu autógrafos e fez fotos com os leitores presentes.
Sobre o Sindi Clubes
Completando 35 anos de existência em 2024, o Sindicato dos Clubes do Estado de São Paulo - Sindi Clubes - é o único representante oficial dos clubes esportivos, sociais, culturais e recreativos no Estado de São Paulo, com uma base de 1,4 mil clubes representados, que empregam diretamente 40 mil colaboradores e reúnem aproximadamente 2,5 milhões de associados. Fundado em 1989, tem por objetivo promover e defender os interesses dos clubes, bem como contribuir para o desenvolvimento e aprimoramento do segmento. O sindicato atua em diversas frentes, como na negociação das convenções coletivas de trabalho da categoria, na oferta de serviços de consultoria jurídica e técnica, e na realização de eventos e cursos voltados para a gestão e operação dos clubes. Além disso, o Sindi Clubes busca fomentar a integração e o intercâmbio entre os associados, visando fortalecer o setor e proporcionar experiências positivas aos frequentadores dos clubes associados.
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Keise Tiffany Astolpho
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