10/10/2024 às 17h00min - Atualizada em 12/10/2024 às 00h09min
Verme, espetáculo autoficcional em tom de denúncia e desabafo, reestreia no Teatro Paulo Eiró
ELIANE VERBENA / VERBENA ASSESSORIA
https://verbenacomunicacao.blogspot.com/2024/10/verme-espetaculo-autoficcional-em-tom.html
Luiz Campos (foto divulgação/Cia Los Puercos) No 7 de novembro de 2024, quinta-feira, às 21h, a Cia. Los Puercos inicia temporada do espetáculo Verme, no Teatro Paulo Eiró, localizado na Zona Sul de São Paulo. Com direção de Nathalia Nigro e texto de Luiz Campos, a peça tem ingressos gratuitos e segue com temporada até o dia 24 de novembro, de quinta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 19h.
Verme é uma criação dramatúrgica de Luiz Campos, um dos fundadores do coletivo, que leva ao palco um relato documental de autoficção, baseado em suas experiências durante os sete anos em que esteve no militarismo. O enredo expõe as agressões, os traumas e as injustiças que presenciou e sofreu, contrastando essas vivências com a pureza e a inocência de sua infância. Verme é uma ferida aberta, um desabafo necessário, um grito do autor que precisa ser ouvido.
A produção é assinada pela Cia. Los Puercos, conhecida pelo compromisso com o teatro engajado e crítico, realizado na capital. O elenco é composto por Eluane Fagundes, Felipe Lima, Giovanna Marcomini e Luiz Campos. A montagem chega à cena em um momento propício, quando discutir o militarismo em nossa sociedade é urgente. Verme é apresentado sob uma perspectiva humana e crítica para provocar o expectador a refletir sobre os mecanismos de formação e atuação dessas instituições e sobre a importância de debater o assunto.
O enredo desta autoficção se constrói como retalhos de memórias do autor que são alinhavados pelo jogo teatral. As passagens duras do treinamento militar, ornado não raramente pela humilhação, a brutalidade, a disciplina e a prática autoritária contrastam com o sonho do menino que alimentava a visão fantasiosa do quartel, e queria ser soldado, afinal o avô e o irmão ostentavam a alcunha de serem militares. Os momentos lúdicos do garoto na escola, as brincadeiras com os amigos, as travessuras que quebravam a rotina da casa e da rua são respiros na encenação. As abordagens irregulares, a conivência ativa e passiva com práticas questionáveis, a autopunição imposta pela corporação e a obediência inconteste são fatos que Luiz Campos traz não apenas como forma de denúncia, mas ainda como artifício de libertação.
O Autor revela que a frustração o levou a procurar por uma outra paixão, o teatro, e o levou a abandonar a carreira. “Comecei a fazer faculdade de teatro enquanto ainda era soldado da PM, mas não revelava qual era a minha profissão, por vergonha”, confessa. Durante a pandemia, em uma oficina online com o diretor, ator e dramaturgo Nelson Baskerville, surgiu o desafio de criar uma encenação de autoficção para integrar uma mostra. “A carreira militar era uma ferida aberta que me fazia sofrer, não só pelo que vivi, mas também pelo que me calei. No teatro, eu me senti seguro e acolhido para revelar minha história. Foi libertador, foi a forma que encontrei para me perdoar. Também é um desabafo”.
Segundo a diretora Nathalia Nigro (que é a primeira mulher a assinar uma direção na Cia. Los Puercos), a encenação - concebida no formato de arena - lança mão de poucos elementos e objetos de cena para alternar os momentos de infância e de vida no quartel, como praticáveis, estruturas de ferro, fotos em painéis e tecidos. Depoimentos reais da mãe de Luiz Campos e de um ex-soldado compõem o espetáculo. “A iluminação pontua os momentos de aconchego e de rigidez. E o trabalho corporal elucida a força e o lúdico contidos no enredo”. O figurino básico lembra um uniforme, reportando à disciplina e à obediência. “Trabalhamos com cores básicas, o preto, o vermelho, o cinza e o verde-soldado para contar esta história, na qual a arte e o teatro têm papel de redenção do nosso autor/ator, finaliza a diretora.
FICHA TÉCNICA - Texto: Luiz Campos. Direção: Nathalia Nigro. Elenco: Felipe Lima, Eluane Fagundes, Giovanna Marcomini e Luiz Campos. Produção executiva: Sara Guimarães. Assistência de direção: Clarice Ambrozio. Dramaturgia corporal: Giovanna Marcomini. Cenário e figurino: Eluane Fagundes. Concepção de iluminação: Plinio Flima. Concepção de som: Pedro das Oliveiras. Provocação dramatúrgica: Nelson Baskerville e Alexandre Mate. Arte gráfica: Giovanna Marcomini. Fotos: Arô Ribeiro. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Idealização, realização e produção: Cia. Los Puercos. Projeto contemplado: 42ª Edição do Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
Espetáculo: Verme
Temporada: 7 a 24 de novembro de 2024
Horários: Quinta a sábado, às 21h. Domingos, às 19h.
Duração: 70 minutos. Classificação: 16 anos. Gênero: Drama.
Sessões com intérprete de Libras: Quintas e domingos.
Sessão com audiodescrição: 23/11 (sábado).
Ingressos: Gratuitos - Retirar na bilheteria 1 hora antes das apresentações.
Local: Teatro Paulo Eiró
Avenida Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro. São Paulo/SP.
Tel.: (11) 5546-0449. Capacidade: 467 lugares. Acessibilidade.
Cia. Los Puercos: @cialospuercos
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ELIANE DE FATIMA GARCIA VERBENA E OLIVEIRA
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