Inflação ao consumidor acelera a 4,42% em 12 meses e se aproxima do teto da meta

Após uma queda de 0,02% em agosto, os preços ao consumidor medidos pelo IPCA avançaram para 0,44% em setembro. A alta veio abaixo dos 0,47% antecipados pelo mercado e foi puxada pela aceleração dos preços de alimentos no domicílio e pelo aumento da tarifa de energia elétrica residencial (com a cobrança da bandeira vermelha). Ambos os itens foram afetados pelas queimadas e pelo clima adverso no mês de setembro.

Com esse resultado, o índice acumulado em 12 meses chegou a 4,42%, acima dos 4,24% do mês anterior e se aproximando do limite de tolerância da meta. Os preços de serviços, por outro lado, recuaram de 5,18% para 4,82% puxados por recuos em passagens aéreas e pacotes turísticos. Apesar da boa notícia, o grupo segue acima do índice cheio.

Em resumo, apesar do dado mensal abaixo do esperado, a variação dos preços segue próxima do teto da meta. O resultado, somado aos riscos altistas à inflação (como a desancoragem de expectativas e a pressão de demanda vinda do mercado de trabalho aquecido) argumenta a favor de novas altas nas taxa Selic nas próximas reuniões do Copom.

Marcela Kawauti é Economista-Chefe da Lifetime. Formada pela USP e com mestrado em Economia e Finanças pela FGV, tem quase 20 anos de experiência em pesquisa econômica, riscos e educação financeira.

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ELAINE CECILIA NISHIWAKI
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