24/09/2024 às 11h37min - Atualizada em 25/09/2024 às 08h06min

Setor de varejo passa por transformações que incluem soluções omnichannel e “atacarejos”

JOSé LUCAS MORAIS
Freepik
 

 

 

Rafael Gouvea, Fundador e CEO da Neppo



 

Nos últimos anos, o setor de varejo brasileiro passou por uma transformação significativa, sobretudo o mercado B2C que teve de se adaptar e desenvolver com a pandemia, estabelecendo um novo normal. Isso gerou um volume absurdo de vendas direcionadas diretamente entre empresa e consumidor final.  Temos como agentes ativos nesse novo momento, os famigerados 'atacarejos' e a adoção de soluções omnichannel. Garanto que essas  tendências não apenas mudaram a maneira como os consumidores compram, mas também redefiniram as estratégias de negócio das empresas de varejo. 

A começar, os 'atacarejos', uma combinação de atacado e varejo, têm se destacado como uma das principais forças no setor de varejo. Esse formato oferece preços competitivos e um modelo de autoatendimento que atrai tanto consumidores finais quanto pequenos comerciantes. Segundo a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), o segmento de atacarejo cresceu 15% em 2022, superando outras modalidades de varejo tradicional.

De acordo com a pesquisa Transformação Digital 2024 da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), os investimentos em transformação digital das empresas são destinados principalmente em áreas voltadas para os clientes. Entre as empresas entrevistadas, 48% planejam investir mais em 2024 do que no ano anterior. As principais áreas de investimento incluem e-commerce (69%), CRM (69%) e omnicanalidade (65%). Elas se mostram essenciais para a transformação digital e  superam outros pilares importantes como marketing(58%), dados(62%), Inteligência Artificial(42%) e infraestrutura(54%).

Vale registrar que esse crescimento é impulsionado por vários fatores. Primeiro, os consumidores estão cada vez mais conscientes do valor e buscam economizar em suas compras, fazendo o movimento de pesquisa online em detrimento de lojas físicas. Em segundo lugar, a praticidade de fazer compras em grande volume a preços mais baixos atrai pequenos comerciantes que buscam reabastecer seus estoques. Por fim, a expansão geográfica dos atacarejos, com novas lojas sendo abertas em áreas urbanas e rurais, aumenta o acesso a esses serviços.

Paralelamente ao crescimento dos atacarejos, as soluções omnichannel têm ganhado destaque no setor de varejo. A omnicanalidade integra diferentes canais de vendas e comunicação, proporcionando uma experiência de compra fluida e unificada para os consumidores. Com a pandemia de COVID-19 acelerando a digitalização, muitas empresas adotaram rapidamente estratégias omnichannel para atender às demandas dos consumidores que buscam conveniência e segurança.

Dados da Ebit|Nielsen indicam que o e-commerce brasileiro cresceu 27% em 2021, com a omnicanalidade desempenhando um papel crucial nesse aumento. As empresas que adotaram soluções omnichannel, como a integração de lojas físicas com plataformas online, click-and-collect e atendimento via redes sociais, observaram um aumento significativo nas vendas e na satisfação do cliente.

É importante destacar o que torna essa transformação ainda mais interessante é a convergência entre os atacarejos e as soluções omnichannel. Muitas redes de atacarejo estão investindo em tecnologias digitais para melhorar a experiência de compra. Por exemplo, plataformas de e-commerce específicas para atacado permitem que pequenos comerciantes façam pedidos online e retirem os produtos na loja, economizando tempo e otimizando o processo de reabastecimento.

Além disso, a implementação de programas de fidelidade e aplicativos móveis facilita o acesso a promoções e descontos exclusivos, incentivando uma fidelização do cliente. Essas iniciativas não só aumentam a conveniência para os consumidores, mas também proporcionam às empresas dados valiosos sobre os hábitos de compra, permitindo uma personalização maior e uma gestão de estoque mais eficiente.

Por outro lado, apesar desses benefícios, a implementação de estratégias omnicanal e a expansão dos atacarejos apresentam desafios importantes. A integração de sistemas de TI, a gestão eficiente de logística e a necessidade de treinamento de funcionários são alguns dos obstáculos que as empresas precisam estar bem atentas. Além disso, a competição acirrada exige inovação constante para manter a relevância no mercado.

No entanto, evidentemente as oportunidades geradas superam esses desafios. Empresas que conseguem oferecer uma experiência de compra unificada e conveniente, somado a  preços competitivos, estão bem posicionadas para capturar uma fatia maior do mercado. A combinação de atacarejo e omnicanalidade não apenas atende às necessidades dos consumidores modernos, mas também impulsiona a eficiência operacional e a lucratividade.

Rafael Gouvea

 

Rafael Gouvea é fundador e CEO da Neppo, empresa brasileira de tecnologia especializada no atendimento e na comunicação digital. Formado em Ciência da Computação pelo Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) e Mestre em Administração de Negócios (MBA) com ênfase em TI pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rafael  tem vasto conhecimento  em áreas como administração, comercial e relacionamento com o cliente, promovendo a transformação dos resultados das empresas e a experiência dos clientes por meio de soluções que permitem gerar uma experiência integrada em vendas, atendimento e SAC, por meio da integração de canais em um só lugar e criação de chatbots, IAs e automações que permitem uma maior agilidade, efetividade das operações.


 

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JOSE LUCAS SILVA DE MORAIS
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