19/09/2024 às 11h33min - Atualizada em 20/09/2024 às 08h01min

Sindicato da Sorocabana aciona Ministério Público do Trabalho contra fechamento do ramal Ourinhos pela Rumo Logística

MARIANA TABATIANO
Crédito - Divulgação
A empresa de logística Rumo anunciou o fechamento do ramal Ourinhos, que compreende os trechos Ourinhos (SP), Cambará-Cornélio Procópio e Jataizinho no trecho até Londrina (PR). Cerca de 50 funcionários atuavam no ramal e agora devem ser transferidos ou demitidos. “Essa atitude fere o contrato de concessão e, até mesmo, o programa dos governos federal e estaduais de ampliar a oferta de transporte ferroviário anunciado no início de dezembro”, ressalta José Claudinei Messias, presidente do Sindicato da Sorocabana.
O Sindicato está acionando o Ministério Público Federal em Ourinhos, bem como Agência Nacional de Transportes Terrestres/DF (ANTT), Ministério dos Transportes/DF, Governo Federal, Governo Estadual, Governo Municipal e Congresso Nacional para que a decisão seja revertida, os clientes respeitados e que fatos como esse não voltem a ocorrer.
Messias informa que antes de a decisão ser comunicada aos funcionários, o Sindicato fez duas reuniões com a empresa para entender o processo e, principalmente, tentar impedir o fechamento do trecho.
“O trecho está sucateado. A rigor, ele deveria estar sendo cuidado pela Rumo. Claramente, a empresa decidiu que não se trata de um ramal praticável, rentável, focando apenas no corredor Goiás-Mato Grosso-Santos, em detrimento ds Malha Sul. Então, é melhor desativá-lo. Porém, não é assim que as decisões devem ser tomadas, principalmente porque foi a própria Rumo que não cumpriu o compromisso contratual de manutenção e preservação da ferrovia”, explica Messias.
Segundo o Sindicato da Sorocabana, um dos pontos chave dessa decisão envolve a perda de clientes regionais pela Rumo. “A explicação é simples: a Rumo estaria praticando valores muito acima do mercado para os fretes, o que inviabilizou renovações de contrato”.
Messias dá um exemplo do preço abusivo de frete praticado pela empresa, com vistas a inviabilizar o transporte ferroviário no trecho. “O custo Araucária x Londrina (507 km) teve o frete reajustado no último ano em torno de 10,86% e de Araucária x Ourinhos (724 km) o reajuste no mesmo período foi de absurdos 64,92%. Isso mostra o descaso com os clientes.”, relata o presidente do Sindicato.
O Sindicato da Sorocaba alerta ainda que a Rumo – que está em processo de antecipação da Concessão da Malha Sul, como fez nas Malhas Paulistas –  operou o ramal de Ourinhos pela última vez em setembro de 2023, “com faturamento entre carga e descarga em torno de R$ 3 milhões, apenas em um cliente somente neste mês”
“Essa decisão está completamente na contramão da proposta de valorização das ferrovias no país, principalmente num momento de crise energética e de necessária valorização de meios alternativos de transporte”, finaliza Messias.
Ramal Ourinhos – O ramal Ourinhos possui terminais ferroviários com bases de distribuição de combustíveis que abastecem a região norte do Estado do Paraná e Sul/Sudeste de São Paulo, além de proporcionar carregamento de álcool destinado aos estados do Sul, bem como indústrias de adubo e de exportação de açúcar, soja e milho. A unidade conta com dois terminais de combustíveis, duas indústrias de adubo e terminal intermodal de grãos e dois pátios de manobras.
 

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FERNANDA DE SOUZA MARTINS
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