19/09/2024 às 20h06min - Atualizada em 20/09/2024 às 06h03min

STF tem 5 votos pela recusa à transfusão por testemunhas de Jeová

Para o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, relator de uma das ações em análise, direito de recusa está fundamentado nos princípios da dignidade da pessoa humana e de liberdade religiosa.

Agência Brasil
https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-09/stf-tem-5-votos-pela-recusa-transfusao-por-testemunhas-de-jeova



O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quinta-feira (19) o julgamento que vai decidir se o grupo religioso de testemunhas de Jeová pode recusar transfusão de sangue em tratamentos realizados pelo Sistema Único da Saúde (SUS). A Corte também decidirá se o Estado deve custear tratamento alternativo que não utilize a transfusão. Por razões religiosas, as testemunhas não realizam o procedimento.



Os ministros iniciaram a votação de recursos protocolados na Corte que motivam o julgamento da questão. O primeiro envolve o caso de uma mulher que se recusou a conceder autorização para transfusão de sangue durante cirurgia cardíaca na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Diante da negativa, o hospital não realizou o procedimento.



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No segundo caso, um homem, que também faz parte do grupo religioso, pediu que a Justiça determine ao SUS o custeio de uma cirurgia ortopédica que não realiza a transfusão, além do pagamento dos gastos com o tratamento.



Até o momento, o placar da votação está 5 a 0 a favor da tese defendida pelos religiosos. Faltam seis votos.



Para o ministro Luís Roberto Barroso, relator de uma das ações, o direito de recusa à transfusão e ao tratamento alternativo no SUS está fundamentado nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e de liberdade religiosa.



"Pacientes testemunhas de Jeová fazem jus aos tratamentos alternativos já disponíveis no SUS, ainda que não estejam disponíveis em seu domicílio", afirmou.



O ministro Flávio Dino também votou para validar o direito de recusa à transfusão e defendeu a laicidade do Estado.



"A laicidade não é contra Deus. Isso é um princípio, um postulado que preside esse julgamento. Entre os retrocessos civilizacionais, está a tentativa de imposição de visões teocráticas por intermédio das instituições jurídicas e do discurso político. A laicidade protege a liberdade religiosa. Só é possível existir religião com Estado laico", disse.



Os ministros André Mendonça, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes também seguiram o voto de Barroso. O julgamento será retomado na quarta-feira (25).



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Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2024-09/stf-tem-5-votos-pela-recusa-transfusao-por-testemunhas-de-jeova
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