A notícia de que o Rio Grande do Sul foi atingido pela chuva preta, segundo o alerta previamente divulgado pela MetSul Meteorologia, trouxe uma preocupação a mais para os agricultores e a população do Sul do Brasil.
O fenômeno incomum é consequência da grande quantidade de fuligem suspensa na atmosfera, com uma pluma de fumaça vinda da Bolívia e da região amazônica que avança até o Sul do Brasil e pode trazer consequências ambientais e para a saúde.
De acordo com o Sistema Copernicus, da União Europeia, um extenso corredor de fumaça está se deslocando do Norte ao Sul do Brasil, atingindo também o Uruguai.
O que é a chuva preta e como ela se forma
A chuva preta ocorre quando partículas de fuligem presentes no ar se misturam com a umidade e precipitam junto com a chuva. Essas partículas, conhecidas como “soot”, são formadas pela combustão incompleta de materiais orgânicos, como combustíveis fósseis (carvão, petróleo) e biomassa (madeira, resíduos agrícolas).
Quando esses materiais não queimam completamente, em vez de se transformarem inteiramente em dióxido de carbono (CO₂) e vapor de água, eles produzem partículas finas de carbono negro e outros compostos. Por serem extremamente pequenas, podem permanecer suspensas no ar por longos períodos e viajar grandes distâncias.
A previsão indica que o fenômeno pode se estender também para áreas do Paraná e de Santa Catarina, especialmente a partir de quinta (05/09).
Quais são os impactos para a agricultura
Segundo João Cláudio Alcântara dos Santos - doutor em Geografia com Ênfase em Análise Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá e professor do Centro Universitário Integrado, de Campo Mourão (PR) – a chuva preta pode trazer prejuízos às lavouras.
“Essa água suja traz partículas de carbono negro e outros gases poluentes oriundos das queimadas que podem contaminar o solo, a vegetação e alterar componentes químicos associados aos nutrientes das plantas. Por isso, é fundamental dar atenção às técnicas de manejo do solo e buscar ajuda de um engenheiro agrônomo”, explica.
Quais são os impactos para a saúde
A fuligem presente na chuva preta contém várias substâncias tóxicas que podem ser prejudiciais à saúde humana.
“A exposição contínua a esses poluentes pode causar problemas respiratórios, cardiovasculares e outras condições de saúde adversas. Nesses casos, é fundamental procurar ajuda médica o quanto antes”, enfatiza Santos.
Cuidados para proteger a saúde
O doutor em Geografia com Ênfase em Análise Ambiental ressalta que a população deve seguir as recomendações do Ministério da Saúde para reduzir a exposição às partículas resultantes das queimadas:
Aumente a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e protegidas.
Permaneça em ambientes fechados, preferencialmente bem vedados e com conforto térmico adequado. Quando possível, busque ambientes com ar condicionado e filtros de ar para reduzir a exposição.
Mantenha portas e janelas fechadas durante os horários de maior concentração de poluentes no ar, para minimizar a penetração da poluição externa.
Evite atividades físicas ao ar livre durante este período do ano.
Não consuma alimentos, bebidas ou medicamentos que tenham sido expostos a detritos de queima ou cinzas.
Utilize, preferencialmente, máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas se usadas corretamente por pessoas que precisem sair de casa. No entanto, a recomendação prioritária é permanecer em locais fechados e protegidos da fumaça.
O que podemos fazer
Embora o fenômeno da chuva preta seja alarmante, a conscientização e a adoção de medidas preventivas podem mitigar seus efeitos.
“É vital que as autoridades tomem ações imediatas para combater as causas das queimadas e melhorar a qualidade do ar. Do contrário, todos nós podemos ser impactados direta ou indiretamente”, complementa o professor do Centro Universitário Integrado, João Cláudio Alcântara dos Santos
Sobre o Centro Universitário Integrado
Localizado em Campo Mourão (PR), o Centro Universitário Integrado oferece, há mais de 25 anos, ensino superior de excelência reconhecido pelo MEC com nota máxima (5) no Conceito Institucional e nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC). Atento ao que o mercado necessita, busca ofertar um ensino de qualidade voltado às competências que precisam ser desenvolvidas por todos os profissionais.
Para isso, conta com infraestrutura moderna, laboratórios com tecnologia de ponta, metodologias de ensino inovadoras e corpo docente com forte experiência acadêmica e vivência prática.
Atualmente, o Integrado oferece mais de 55 cursos de graduação presencial, semipresencial e a distância - incluindo Direito, Medicina e Odontologia - e mais de 100 cursos de pós-graduação em diversas áreas do conhecimento.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
MARLISE GROTH MEM
[email protected]