12/09/2024 às 10h20min - Atualizada em 13/09/2024 às 08h06min

Veja como as redes sociais afetam a sua felicidade

Entenda a busca por felicidade nas redes e como escapar das armadilhas digitais

LíVIA BRANDãO DE CAMPOS
Divulgação

Em um mundo cada vez mais conectado, as redes sociais possuem um papel fundamental no cotidiano de milhões de pessoas. Plataformas como Instagram, Facebook, TikTok e outras oferecem um espaço para compartilhar experiências, opiniões e momentos, criando uma sensação de proximidade entre os usuários. No entanto, o uso excessivo dessas plataformas pode gerar efeitos adversos à percepção de felicidade e saúde mental.

 

Segundo pesquisa da H2R Insights & Trends, mais de 80% dos brasileiros consideram que as redes sociais impactam negativamente a saúde mental, alimentando sensações de ansiedade e depressão. A constante comparação nas redes sociais tem efeitos profundos na autoestima dos usuários. Estudos apontam que, ao visualizar perfis que exibem momentos de sucesso e felicidade, muitas pessoas tendem a se sentir desanimadas em relação às suas próprias vidas.

 

Esse consumo frequente pode gerar sentimentos de inadequação, ansiedade e insatisfação pessoal, levando à falsa percepção de que a felicidade dos outros é sempre maior. O fenômeno F.oMO (fear of missing out), relatado por muitos usuários, intensifica a sensação de estar perdendo experiências importantes, aumentando a pressão para viver uma vida "perfeita" conforme os padrões digitais. A busca incessante por validação online acaba criando uma dependência de aprovação por meio de curtidas, comentários e compartilhamentos.

 

Essa dinâmica alimenta a necessidade de aceitação social, interferindo na percepção do que é verdadeiramente importante para a felicidade. Segundo Igor Téuri, psicólogo do Núcleo de Apoio Psicopedagógico do Centro Universitário Newton Paiva, isso gera uma pressão constante, criando uma desconexão entre a realidade e a imagem idealizada compartilhada nas redes. "O problema não está no uso da rede social, mas sim na forma como ela é usada. Quando nos comparamos constantemente com o que vemos nas redes, muitas vezes ignoramos que o que está sendo mostrado é apenas um recorte da vida das pessoas", explica.

 

Sinais de que o uso das redes sociais está afetando negativamente a saúde mental incluem isolamento social, baixa autoestima e ansiedade. Seu uso excessivo está contribuindo para o aumento de casos de depressão, uma vez que a necessidade de aceitação, quando não atendida, pode levar à frustração, baixa autoestima e sentimentos de rejeição. Além disso, o feedback negativo ou a falta de engajamento nas postagens pode intensificar o sentimento de desvalorização.

 

Apesar dos potenciais malefícios, nem todo uso das redes sociais é prejudicial. Quando utilizado de forma consciente e equilibrada, pode ser uma ferramenta poderosa para fortalecer conexões e manter relações significativas com amigos e familiares. O relatório global de 2024 destaca que o tempo médio de uso das redes sociais continua crescendo, e o Brasil está entre os países com maior tempo diário online, ressaltando a importância de refletir sobre o impacto desse comportamento.

 

Para um uso mais saudável das redes, é essencial observar o tempo e o contexto de uso, refletindo sobre os objetivos de estar presente nessas plataformas. Ter clareza sobre as intenções ao usar as redes, seja para se comunicar, compartilhar ou se conectar, é fundamental para evitar a armadilha da comparação social. O autoconhecimento e a reflexão constante sobre como a tecnologia afeta a vida pessoal são práticas recomendadas pelos especialistas.

 

"O uso consciente das redes sociais é fundamental para evitar impactos negativos na saúde mental. É importante refletir sobre como utilizamos essas ferramentas e garantir que elas estejam a nosso favor, não nos trazendo sofrimento ou comparações desnecessárias", finaliza Igor.


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