Karina ChernacovOs transtornos autoimunes são condições em que o sistema imunológico, que normalmente protege o corpo contra doenças, começa a atacar células saudáveis, confundindo-as com invasores. Exemplos comuns incluem lúpus, esclerose múltipla, artrite reumatoide, fibromialgia e doença celíaca. Enquanto essas condições são frequentemente associadas a sintomas físicos, como dor, fadiga e inflamação, estudos recentes têm mostrado uma ligação significativa entre doenças autoimunes e a saúde mental.
A Dra.Karina Chernacov, psicóloga especializada no tratamento de pessoas vítimas de trauma, é também mediadora familiar da suprema corte na Flórida nos Estados Unidos, comenta sobre o assunto.
A relação entre doenças autoimunes e a saúde mental pode ser compreendida melhor através do conceito de “eixo intestino-cérebro”, uma via de comunicação bidirecional que conecta o sistema nervoso central ao sistema imunológico e ao microbioma intestinal.
Inflamações crônicas, comuns em doenças autoimunes, podem afetar o cérebro, contribuindo para o desenvolvimento de transtornos como depressão e ansiedade. Em pessoas com artrite reumatoide, o nível elevado de inflamação está frequentemente associado a um risco maior de depressão porque as citocinas pró-inflamatórias, proteínas que promovem a inflamação, podem atravessar a barreira hematoencefálica e influenciar neurotransmissores como a serotonina, que está intimamente ligada ao humor.
Além da influência direta da inflamação no cérebro, o estresse psicológico também desempenha um papel crucial na modulação da resposta imune. O estresse crônico pode desequilibrar o sistema imunológico, exacerbando condições autoimunes. Por exemplo, eventos estressantes podem desencadear ou agravar surtos de lúpus.
A psicoterapia, que foca em técnicas de manejo do estresse, pode, portanto, ser uma ferramenta valiosa no tratamento de doenças autoimunes.
Infelizmente, a relação entre transtornos autoimunes e saúde mental pode formar um ciclo vicioso. A dor e a fadiga associadas a condições autoimunes podem levar ao isolamento social e à perda de qualidade de vida, fatores que contribuem para o desenvolvimento de transtornos depressivos.
Por outro lado, a presença de um transtorno mental pode diminuir a capacidade do indivíduo de gerenciar eficazmente sua condição autoimune, resultando em piora dos sintomas físicos.
Devido à complexidade da relação entre transtornos autoimunes e saúde mental, abordagens de tratamento integradas são essenciais. Isso pode incluir uma combinação de tratamento médico para a condição autoimune, intervenção psicológica para gerenciar o estresse e o suporte emocional, e, em alguns casos, a introdução de terapias anti-inflamatórias que também podem ter um efeito benéfico na saúde mental.
A conexão entre doenças autoimunes e saúde mental é um campo de estudo em expansão, destacando a necessidade de integrar o bem-estar emocional no tratamento de condições físicas crônicas. Um enfoque terapêutico holístico, que considere simultaneamente o corpo e a mente, não apenas melhora a qualidade de vida dos pacientes, mas também pode influenciar positivamente a evolução das doenças autoimunes. À medida que avançamos na compreensão dessa interdependência, espera-se que as abordagens terapêuticas se aprimorem, oferecendo resultados mais eficazes para aqueles que convivem com essas condições complexas.
É crucial que essas questões sejam abordadas em terapia, em consultas médicas, ou em conversas com amigos sensíveis e familiares que possam oferecer apoio. Expressar a dor, as angústias e até mesmo chorar pode facilitar o processo de encontrar soluções, evitando que essas emoções se tornem insuportáveis.
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Acompanhe a Dra. Karina Chernacov no Programa Provocando com Val Aguiar todas as terças feiras às 21h pela TVBC, TVN e Acqua Tv com dicas importantes sobre saúde mental e psicologia.
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Samantha di Khali Comunica
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