A obra Chupim conta a história do menino Julim com o pássaro, que é considerado uma praga no arrozal da família. Durante o evento na cidade mineira, o autor contou que o livro veio para acordar infâncias. A dele foi a primeira. E ele participou de todo o processo, desde a escolha do papel, o tamanho do livro, às ilustrações, feitas pela artista plástica, Manuela Navas.
O livro chegou às livrarias no dia 9 de agosto e Itamar comemora o encontro com os pequenos. Muitas dessas crianças já tinham se encontrado com o autor, levadas pelos pais, leitores de Torto Arado, Doramar ou a Odisseia e Salvar o Fogo, seus outros livros publicados. E agora recebem uma história sensível, escrita para eles. E não fogem do debate. “O leitor, o público infantil, tá muito atento ao mundo à sua volta. Então, eles contribuem muito pra essa discussão, esse debate. Falam das suas impressões, falam que já escrevem. A leitura já faz parte do cotidiano dessas crianças”, observa Itamar.
Uma dessas pequenas leitoras-escritoras é a Maria Flor, de 11 anos. Interessada, fez a leitura do livro já durante a conversa com o autor. E revelou que é uma poetisa. “Eu escrevo poesia do que eu gosto. Desde pequenininha eu falava poesia e minha mãe gravava uns vídeos”. Ela diz que gosta de escrever sobre tudo e que tem poemas sobre a natureza e em homenagem à mãe. Maria Flor ama ler e destacou a “leveza e a liberdade” que a leitura do Chupim despertou nela.
Esse olhar da Maria é o que Itamar espera despertar em todos, crianças e adultos. Um olhar de carinho e de afeto. Ele diz acreditar que a infância é um estado que nunca acaba. Por isso, prefere dizer que o livro é uma “literatura para as infâncias”. Todas as infâncias que são capazes de se deslumbrar com o mundo, de se maravilhar e de se surpreender. Além disso, ele espera que Julim e Chupim possam ensinar um pouco do respeito pela infância e pelos olhares da criança no encontro com a natureza, “que ainda é um encontro de muito afeto e muito acolhimento”.
“A criança ainda não se tornou nesse grande predador que o homem muitas vezes se torna. Explorando o ambiente e levando muitas coisas ao colapso. Então, talvez essa história nos ajude a retornar pra esse momento, onde sentimos verdadeiro interesse pelas coisas, pela vida, pela natureza, pelo ambiente. Eu acho que eles sabem cuidar das coisas melhor do que nós sabemos. Pelo menos eles pensam e seria muito bom se não perdessem isso”, finaliza o autor.
*Repórter viajou a convite da organização da Fliparacatu
Acompanhe a entrevista do autor no programa Na Trilha das Letras, da TV Brasil.