20/08/2024 às 14h48min - Atualizada em 21/08/2024 às 16h01min

Ney Leprevost leva propostas a comunidades carentes de Curitiba e ouve pessoas que estão em situação de vulnerabilidade

Nos primeiros dias de campanha, o candidato a prefeito da capital paranaense dedicou a maior parte de seu tempo aos curitibanos mais vulneráveis

EDUARDO BETINARDI
Maurilio Cheli
Ney Leprevost (União), candidato à prefeitura de Curitiba, iniciou a campanha mostrando seu comprometimento com as regiões mais carentes da cidade. Na largada da corrida eleitoral, foi ao Alto Boqueirão, onde percorreu as vilas Nova e Pantanal I e II, e passou também por Caximba e Campo de Santana.

Historicamente, a região Sul de Curitiba apresenta os piores indicativos socioeconômicos da capital do Paraná. São Curitibanos marcados pela vulnerabilidade social, por causa da ausência do poder público, refletida na precariedade na oferta de serviços e infraestrutura básica.

“Curitiba possui 322 favelas, como são chamadas as comunidades. E eu vou cuidar de cada uma delas, uma por uma. A cidade só vai ser boa para todo mundo se a gente cuidar de todos. Não podemos ficar indiferentes aos dramas humanos que nós vemos por aqui”, afirmou Leprevost, enquanto caminhava pela Vila Nova. Na região, o candidato recebeu as reclamações dos moradores de uma viela que é continuação da Rua Luiz Machuca. Não há asfalto, calçadas, a iluminação é deficiente e um córrego que corta a comunidade representa perigo de inundação sempre que chove, mesmo em dias de chuva fraca.

“Já tivemos muitas promessas, mas queremos alguém que venha fazer pelos moradores da Vila Nova. Que olhem como se fosse a casa deles. Que diga, vou resolver. Precisamos de asfalto, creche, tem muita criança fora da escola”, reclamou Viviane Correia da Silva, 42 anos, vendedora autônoma. Leprevost foi conhecer de perto a realidade de Viviane. Foi até a casa da vendedora, localizada às margens do córrego, construção suspensa para evitar que a água invada os cômodos em caso de enchente. O acesso até a moradia é feito por tábuas colocadas no chão para superar o barro.

Um dos projetos apresentados pelo plano de governo da candidatura é o Cidade Esponja, que compreende uma série de ações preventivas com o objetivo de reduzir os riscos de inundação com a preparação de espaços mais permeáveis para a retenção e percolação natural da água. “Há uma questão climática em curso que já tem nos deixado preocupados. E também nós precisamos aprender com a tragédia no Rio Grande do Sul, e o drama enfrentado pelos irmãos gaúchos, a nos preparar com as melhores práticas e tecnologia para prevenir enchentes”, comenta Leprevost. 

Nas vilas Pantanal I e II, uma das maiores preocupações dos moradores é sobre o aspecto fundiário. O território está em uma das bordas de Curitiba, às margens do Rio Iguaçu, em uma área de preservação ambiental, e boa parte dos imóveis necessita de regularização. Há mais de 700 famílias residindo no local. Zélia de Freitas, 65 anos, é uma das primeiras moradoras do local, trabalha com reciclagem. “Estamos aqui há muito tempo, em busca de uma oportunidade, já tratamos com a Cohab. Não é fácil a situação aqui, enfrentamos muitos problemas”.

Leprevost analisa a situação: “Há diversas circunstâncias que precisam ser analisadas. Mas nós vamos trabalhar para o processo de regularização com muita energia, em parceria com a Companhia de Habitação Popular de Curitiba [Cohab-CT] e a partir de uma política efetiva de ação social e conscientização realizada ao lado da Fundação de Ação Social [FAS]”. 

E já era sábado à noite quando Leprevost decidiu visitar o Caximba. Ponto mais ao Sul da cidade, já na divisa com Araucária e Fazenda Rio Grande, o bairro ficou marcado por abrigar um aterro sanitário por anos e sofre com a falta de infraestrutura básica. No contato direto com as pessoas, visitando o comércio local, as residências, Leprevost ouviu reclamações e pedidos de investimentos em saúde, educação, segurança, em todas as áreas. A Caximba está a 27 quilômetros do Centro de Curitiba, distante dos pontos turísticos da capital do Paraná. 

Além do desamparo do serviço público, a Caximba ainda experimenta o preconceito por ter sido por 20 anos território de um “lixão”, como popularmente era chamado o aterro sanitário. Mais recentemente, o espaço foi transformado em parque de energia solar. Uma mudança de paradigma que que Leprevost enxerga como um fator importante para se buscar uma gestão preocupada com a sustentabilidade. “É preciso inovação. E nós vamos buscar implementar usinas solares urbanas que vão possibilitar a economia nos custos de energia em até 80%, direcionando os excedentes para serviços públicos”, completa Leprevost.

 

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